RIO — O plano estratégico da Petrobras para o período 2024-2028 prevê investimentos de US$ 7,5 bilhões em exploração de óleo e gás – aumento de 25% em relação ao planejamento anterior. Apesar do crescimento, a área terá menos investimentos do que os projetos de baixo carbono, que vão receber US$ 11,5 bilhões no período.
O crescimento é puxado pela prospecção de petróleo no exterior. A companhia indicou ainda que pretende expandir a atuação internacional, com US$ 1,3 bilhão destinado à exploração em outros países, ante US$ 360 milhões previstos no plano divulgado no ano passado – aumento de 261%.
A Margem Equatorial segue no foco exploratório da empresa, com projeção de US$ 3,1 bilhões, valor similar ao previsto no plano anterior. Igual montante será destinado à exploração nas Bacias do Sudeste.
Ao todo, a petroleira prevê a perfuração de 50 poços em blocos que já detém nos próximos cinco anos.
E&P responde por 72% do orçamento
É o primeiro planejamento da Petrobras elaborado no terceiro governo Lula. Ao todo, os investimentos em exploração e produção para os próximos cinco anos somam US$ 73 bilhões.
Em 2024, entra em operação o Rota 3 com planta de processamento com capacidade de 21 MMm³/dia e gasoduto com capacidade de 18 MMm³/dia. Em 2028, entra em operação o gasoduto do Projeto Raia (B-MC-33), com capacidade de 16 MMm³/dia; em relação ao plano anterior. Do total destinado à exploração e produção, cerca de 67% vão para projetos no pré-sal.
“O segmento de E&P mantém sua relevância para a companhia com o foco estratégico em ativos rentáveis e investimentos compatíveis com uma visão de longo prazo alinhada à transição energética”, disse a empresa ao divulgar na noite desta quinta-feira (23/11).
14 plataformas e projetos adiados
A Petrobras tem a intenção de instalar 14 plataformas no período de 2024 a 2028, das quais 10 já estão contratadas. O único projeto novo, em relação ao plano anterior, é a revitalização de Barracuda e Caratinga, na Bacia de Campos, que prevê a instalação de um FPSO com capacidade para 100 mil barris/dia em 2028.
A companhia adiou os projetos dos FPSOs Almirante Tamandaré, no campo de Búzios, e Maria Quitéria, no campo de Jubarte, de 2025 para 2026. Além disso, duas outras plataformas do campo de Búzios tiveram o início da produção adiado em um ano: a P-79 agora tem previsão do primeiro óleo para 2026; já a P-82 está prevista agora para 2027.
As duas plataformas previstas para operar em águas profundas na Bacia de Sergipe-Alagoas também foram adiadas de 2027 para 2028, assim como o projeto de Raia Manta e Raia Pintada (BM-C-33), operado pela Equinor.
Os projetos aprovados têm como premissas um preço médio de equilíbrio do barril a US$ 25 e o compromisso da companhia de manter a intensidade de carbono abaixo de 15 KgCO2e por barril de óleo equivalente até 2030.
Impacto da inflação
O valor destinado à exploração e produção corresponde a 72% dos investimentos totais do plano, que é de US$ 102 bilhões. Segundo a companhia, o aumento dos investimentos totais está relacionado não apenas a novos projetos e aos ativos em desinvestimento que retornaram à carteira, como também à inflação de custos.
Este mês, em teleconferência com analistas para divulgar os resultados do terceiro trimestre de 2023, o diretor financeiro da companhia, Sérgio Caetano Leite, já havia antecipado que o aumento de custos no mercado levaria à necessidade de ajustes no planejamento da empresa.
“Observamos um efeito pós-covid de inflação no mercado supridor. Também temos percebido um efeito no mercado, de transformação em relação à transição energética, com a escassez temporária de alguns insumos, além de uma dificuldade [dos fornecedores] de acesso a financiamento”, disse.
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