Hub de CCS

Petrobras estuda hub de armazenamento de carbono na Bacia do Paraná

Projeto pode atender tanto refinarias da própria Petrobras — Replan, Revap, Recap e RPBC — quanto usinas de etanol da região

Diretora de Transição Energética da Petrobras, Angélica Laureano, fala durante a abertura dos diálogos da transição 2025, na sede da Firjan no Rio, em 24 de outubro (Foto: Juliana Rezende/agência eixos)
Diretora de Transição Energética da Petrobras, Angélica Laureano, fala durante a abertura dos diálogos da transição 2025, na sede da Firjan no Rio, em 24 de outubro (Foto: Juliana Rezende/agência eixos)

RIO — A Petrobras estuda a implantação de um hub dedicado à captura e armazenamento de carbono (CCS) na Bacia do Paraná, em São Paulo, onde o armazenamento seria feito em aquíferos salinos onshore. 

O projeto tem potencial de atender tanto suas refinarias — Replan (Paulínia), Revap (São José dos Campos), Recap (Mauá) e RPBC (Cubatão) — quanto usinas de etanol da região, que poderiam implementar o sistema via BECCS (bionergia com CCS). 

A combinação permitiria reduzir a pegada de carbono dos combustíveis e biocombustíveis, podendo chegar, em alguns casos, a emissões negativas.

Na Bacia do Paraná, a Eneva, que possui blocos exploratórios próximos a usinas de etanol, também estuda projetos de CCS. 

Além desse, a companhia avalia a viabilidade de outros três hubs no país, na Bahia, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.

A informação foi confirmada à agência eixos pela diretora de Sustentabilidade e Transição Energética da estatal, Angélica Laureano.

Até agora, apenas um projeto piloto de CCS em Macaé (RJ) foi oficialmente anunciado. 

O pacote de estudos é um passo na estratégia da Petrobras para redução das emissões, mantendo a produção de petróleo, gás e derivados. 

A inciativa também abre espaço para novos negócios associados à descarbonização industrial, com serviços de CCS para outras indústrias.

Três outros polos de CCS

Na Bahia, a Petrobras avalia o uso de poços depletados para armazenamento de carbono.

O estado reúne um conjunto de operações da companhia, incluindo a exploração e produção de petróleo e gás no Polo Bahia Terra e no Campo de Manati, uma unidade de tratamento de gás natural em Catu, além retorno das atividades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) prevista para ocorrer até o final de 2025. 

Em abril, a Petrobras e a Braskem assinaram um Memorando de Entendimento para mapear oportunidades de projetos de captura e armazenamento de carbono.

Já no Espírito Santo, a petroleira avalia a viabilidade de armazenar CO2 em aquíferos salinos onshore. 

No ano passado, a companhia assinou um protocolo de intenções com o Governo do Estado e a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), para estudos sobre o tema.

Segundo apuração, ao lado de São Paulo, o hub do Espírito Santo é o mais avançado. 

O estado abriga operações estratégicas como as unidades de tratamento de gás natural de Cacimbas (UTGC) e Sul Capixaba (UTGSUL), além do Terminal Aquaviário de Barra do Riacho, que podem servir de base para a implantação do hub.

O projeto de Macaé, no norte do Rio de Janeiro, foi primeiro a ser anunciado. Por lá, a Petrobras possui o projeto piloto de CCS no terminal da unidade, com capacidade para capturar 100 mil toneladas de CO2 por ano. 

O objetivo é testar soluções tecnológicas e operacionais que possam ser replicadas em escala comercial em um hub de CCS no estado, capaz de atender indústrias de cimento e siderúrgicas, entre outras. 

O cronograma de implantação, no entanto, ainda depende de análises complementares.

Hoje, o CO2 capturado pela Petrobras nas suas atividades de extração é reinjetado para recuperação avançada de petróleo.

A tecnologia, segundo a empresa, já permitiu a reinjeção de cerca de 68 milhões de toneladas de CO2 entre 2008 e 2024, em  reservatórios do pré-sal da Bacia de Santos para recuperação de mais petróleo. 

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