A Petrobras afirmou nesta quinta-feira (25/10) que não avalia a instalação de uma fábrica de fertilizantes na Bolívia. Na quarta-feira, a estatal boliviana YPFB afirmou que a petroleira estava interessada no projeto. A unidade tem investimento estimado em US$ 2,5 bilhões e deve ser instalada em Puerto Quijarro, na fronteira com o Brasil.
O projeto da planta foi apresentado a representantes da Petrobras, que participam de uma missão no país. A unidade, quando construída, será a segunda da Bolívia e terá uma capacidade de produção de 4.200 toneladas de uréia, o dobro da produção do complexo petroquímico de Bulo Bulo, atualmente em operação.
Em nota, a Petrobras afirmou que “os executivos da Petrobras ouviram oportunidades apresentadas pelos representantes da YPFB, sendo que nenhuma destas oportunidades foi analisada pela Petrobras, não havendo, portanto, qualquer encaminhamento entre as empresas para instalação de uma fábrica de fertilizantes na Bolívia”.
“A companhia também esclarece que eventuais decisões de investimentos deverão, dentro da governança estabelecida na Petrobras, passar pelos processos de planejamento e aprovação previstos nas sistemáticas aplicáveis, tendo sua viabilidade técnica e econômica demonstrada”, afirmou a petroleira em nota.
O vice-presidente Nacional de Operações da estatal boliviana, Luciano Montellano Abasto, disse, em comunicado divulgado pela companhia que “há interesse de ambas as partes em concretizar um investimento compartilhado com a perspectiva de executar a segunda fábrica”.
“Na reunião (binacional) foi apresentado à Petrobras os detalhes gerais do projeto: localização, escopo e capacidade de produção. Foi expresso a eles a abertura que a YPFB tem para uma associação para um investimento conjunto, e com base nisso, a Petrobras expressou seu interesse no assunto.”
O Brasil consome atualmente 80% da produção da planta de amônia e uréia da Bolívia, processada na usina de Bulo Bulo, em Cochabamba.
“Portanto, estamos falando de receitas anuais que vão de 500 a 600 milhões de dólares apenas para uma segunda planta, se esta for concretizada, e teríamos que adicionar as receitas que geramos com a exportação para o Brasil e com a planta atual, que gira em torno de 200 a 380 milhões de dólares anuais”, disse o executivo da estatal boliviana.