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Petrobras: Competição com terminais privados de GNL justifica baixar preço do gás, diz Tolmasquim

Diretor também credita nova política de preços da estatal à queda dos preços internacionais

Competição com terminais privados de GNL justifica baixar preço do gás natural, diz Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética da Petrobras. Na imagem: Maurício Tolmasquim fala durante debate "Soluções Tecnológicas de Baixo Carbono: competências e visão de futuro", promovido pela Coppe/UFRJ, na Cidade Universitária, em 15/6/2023 (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Maurício Tolmasquim fala durante evento promovido pela Coppe/UFRJ, na Cidade Universitária (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

RIO – A nova política de preços do gás natural da Petrobras é uma resposta ao aumento da competição no mercado nacional, sobretudo com terminais privados de importação de gás natural liquefeito (GNL), afirmou nesta terça (14/5) o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim.

Conforme antecipado pelo político epbr, serviço de assinatura exclusivo para empresas (teste grátis por 7 dias), a Petrobras vem oferecendo preços mais baixos aos consumidores em negociações recentes.

Na sexta-feira (10/5), a petroleira anunciou que as novas modalidades comerciais valem para as distribuidoras de gás canalizado e para o mercado livre. E que os preços para as concessionárias estaduais podem cair até 10% com base no desempenho e volume negociado pelas companhias.

No mercado livre, também foi adotada uma nova carteira com produtos mais customizados e competitivos.

Tolmasquim explicou a jornalistas, nesta terça, que a entrada de novos regaseificadores no Brasil ampliou a competição no país.

Em março, a New Fortress Energy inaugurou o Terminal Gás Sul, conectado ao Gasbol, em Santa Catarina.

Já a planta de regás da Eneva, em Sergipe, deve ser conectada à malha da Transportadora Associada de Gás (TAG) no segundo semestre. A empresa lançou uma mesa de comercialização e já firmou seus primeiros contratos de suprimento.

Ambas as concorrentes apostam, principalmente, em produtos flexíveis.

Preços globais mais brandos também ajudam

Além da entrada de concorrentes, o diretor da Petrobras cita que houve uma queda nos preços globais do gás natural, devido ao inverno mais brando na Europa. A migração de consumidores de gás para o mercado livre segundo ele, também contribuiu para a mudança na política de precificação do gás da estatal.

“Isso levou a decidirmos reformular a política de preços. Essa política varia conforme a distribuição, em função da quantidade de consumo e de contratos”, afirmou Tolmasquim.

A nova precificação já está valendo e será incorporada, inclusive, aos contratos vigentes de suprimento de gás da Petrobras.

A atual gestão da companhia tem sinalizado que pretende garantir fatia de mercado. Nos últimos anos, a Petrobras perdeu espaço no suprimento de gás, sobretudo no Nordeste, em meio à venda de ativos e às alterações do Novo Mercado de Gás – que permitiu a entrada de novos atores nesse segmento.

Rota 3 no segundo semestre

A Petrobras informou ainda prevê iniciar as operações no projeto integrado do gasoduto Rota 3 dentro do prazo atual, com partida no segundo semestre de 2024.

A construção da unidade de processamento de gás natural (UPGN) do Polo Gaslub (Antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), está em fase final, disse o diretor de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos.

Em julho a Petrobras prevê iniciar a pressurização reversa do gasoduto de escoamento.

Ao todo, a UPGN vai ter capacidade para processar 21 milhões de m³/dia de gás, enquanto o gasoduto poderá receber até 18 milhões de m³/dia.