A Perenco pretende investir até US$ 200 milhões nos campos Pargo, Carapeba e Vermelho, em águas rasas da Bacia de Campos. As áreas maduras foram compradas da Petrobras em 2019 e estão atualmente em revitalização.
A expectativa é que os investimentos, que incluem a recuperação operacional do duto que escoa petróleo de Carapeba até Pargo, ampliem a produção das áreas para algo entre 15 mil barris por dia e 20 mil barris por dia de petróleo. Com isso, a empresa já está pleiteando na Agência Nacional do Petróleo (ANP) a extensão da vida útil dos campos até 2040.
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“Quando uma empresa independente assume esses ativos o principal objetivo é a extensão da vida útil desses campos. A gente tem um pedido de plano de desenvolvimento em fase final de avaliação, no qual pleiteamos a extensão da concessão até 2040. Nossa intenção é recuperar a integridade do ativo e algumas plataformas que estão hibernadas, aumentando a produção”, comentou Leonardo Caldas, diretor de Relações Institucionais da Perenco no Brasil, durante o BackStage Rio Oil & Gas.
A Perenco está estudando também o afretamento de um FSO (Floating storage and offloading) para armazenar a produção de petróleo e ganhar assim mais fôlego para a venda para o mercado nacional ou internacional. A empresa já foi, inclusive, procurada por um dos players que negocia a compra de refinarias da Petrobras.
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Pioneirismo
Leonardo Caldas defende que precisam ser feitos aprimoramentos no processo de cessão dos campos maduros no país, o que pode acelerar a venda dos ativos da Petrobras e aumentar a atratividade de projetos de revitalização nas bacias maduras.
“A Perenco sentiu na pele o pioneirismo, fomos a primeira transferência de ativos offshore, o polo de Pargo. Negociamos o ativo durante um bom tempo, assumimos a operação em outubro e logo depois a plataforma foi fechada. É o preço do pioneirismo. As adequações precisam ser conduzidas durante o processo de cessão, é importante o envolvimento dos órgãos públicos e privados para entender melhor o processo de transferência do ativo. Há um esforço regulatório e legislativo para que o Brasil seja visto como um país atrativo para investimento”, comentou.
Polo Pargo
A Perenco fechou em outubro de 2019 a aquisição dos de 100% dos campos de Pargo, Carapeba e Vermelho, localizados em águas rasas da Bacia de Campo. O negócio foi concluído o pagamento de cerca de US$ 324 milhões para a Petrobras, que se somam aos US$ 74 milhões pagos na assinatura dos contratos.
O campo de Pargo foi descoberto em 1975 e os campos de Carapeba e Vermelho em 1982 tendo sua produção se iniciado em 1988. Essas concessões foram outorgadas à Petrobras em 1998 na chamada Rodada Zero de licitações.
O sistema de produção desses campos é integrado e consiste em sete plataformas do tipo jaqueta fixa.
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Promar
O governo publicou no Diário Oficial da União a resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que cria o Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos (Promar). O programa terá como foco a revitalização dos campos maduros offshore com o objetivo de extensão da sua vida útil, aumento do fator de recuperação, continuidade no pagamento das participações governamentais, geração de empregos e manutenção da indústria de bens e serviços locais.
Para começar a operar, o governo precisa ainda nomear os integrantes do programa. A partir daí, os membros terão 180, podendo ser renovado por mais 180 dias, para propor medidas que melhorem as condições de aproveitamento econômico de acumulações de petróleo e gás natural em mar, consideradas como de economicidade marginal.
O Promar terá como modelo o Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres (Reate), criado em 2017, no governo de Michel Temer, e continuado no Reate 2020. Os estudos da ANP e as diretrizes propostas pelo Ministério de Minas e Energia entraram em consulta pública por 30 dias.
O governo pretende ofertar blocos de grande extensão em terra, com até 36 mil km², além reduzir custos e barreiras de entrada para contratação de áreas de exploração. As propostas são resultado do Reate, o Programa de Revitalização da Atividade de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres.