RIO – A Pan American Energy (PAE), uma das principais petroleiras privadas da Argentina, obteve uma nova autorização do governo local para exportar gás natural ao Brasil.
Dessa vez, a empresa está autorizada a enviar até 500 mil m3/dia ao seu próprio braço de comercialização no mercado brasileiro – a PAE do Brasil – na modalidade interruptível.
A origem desse gás são os campos da Bacia Neuquén, incluindo os ativos de gás não-convencional da formação Vaca Muerta.
O preço na fronteira com a Bolívia é de US$ 6,49 o milhão de BTU, segundo consta no pedido de autorização para exportação. O gás passará pela infraestrutura boliviana de gasodutos até a fronteira com Corumbá (MS).
A PAE já tinha uma autorização anterior – ainda válida – para exportar até 300 mil m3/dia à Tradener, no Brasil.
Em entrevista recente à agência epbr, o diretor-geral da Pan American Energy no Brasil, Alejandro Catalano, já havia antecipado que a companhia estava em negociações com outros agentes e, em paralelo, avaliava também desenvolver seu próprio braço de trading.
A produtora argentina obteve em maio autorização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para atuar como agente comercializador no país.
A PAE produz, atualmente, cerca de 18 milhões de m3/dia de gás na Argentina e espera dobrar esse volume em três a quatro anos.
O plano de expansão se concentra, sobretudo, no desenvolvimento de suas reservas em Vaca Muerta. A companhia, no entanto, produz em outras importantes bacias de gás convencional no país, como a Austral (offshore) e Noroeste (onshore) – além de atuar na exploração e produção de óleo e gás na Bolívia e México.
O verão 2024/2025 surge no horizonte como a 1ª janela de oportunidade para importação de gás natural argentino e os agentes do mercado movimentam suas peças no tabuleiro, em busca dos primeiros contratos para testar a integração com o país vizinho.
Além da PAE, estão ativos em busca de oportunidades de envio de gás ao Brasil produtores como a TotalEnergies (que tem acordo para envio de gás à Matrix Energy); a Pluspetrol (que comprou a Gas Bridge e mira o mercado brasileiro); e a Tecpetrol (que tem acordo para exportação à MGás).