A Nova Transportadora do Sudeste (NTS) e a Geo, fornecedora de tecnologia para produção de biogás, assinaram um Memorando de Entendimento (MOU, da sigla em inglês) para avaliar em conjunto oportunidades de negócio em infraestruturas para gases renováveis e seus combustíveis derivados.
O acordo engloba oportunidades nos segmentos de biogás, biometano, carbono biogênico e hidrogênio renovável.
A ideia é criar soluções logísticas dedicadas a gases renováveis, de modo a promover também as principais áreas produtoras de biogás no país.
“O momento é favorável para investimentos em infraestrutura desse tipo, que não apenas impulsionam a inovação tecnológica, mas também ampliam a produção e garantem, consequentemente, a entrega da molécula aos clientes conectados à nossa rede e o desenvolvimento de seus negócios”, afirmou, em nota, o CEO da NTS, Erick Portela.
Empresas miram edital da Petrobras
No biometano, as empresas vão estudar a conexão de produtores à malha existente de gasodutos de transporte de gás natural.
Ao término dos trabalhos, as companhias poderão avaliar oportunidades de constituir novos clusters.
As companhias miram o edital lançado pela Petrobras, em janeiro, para a aquisição de biometano. O processo tem como objetivo inicial mapear o mercado sob o ponto de vista da oferta, de olho no mandato definido pela lei do Combustível do Futuro para a partir de 2026.
Empresas da indústria do biometano se movimentam para participar da concorrência aberta pela estatal.
Segundo a NTS, a ideia é analisar a viabilidade financeira e os projetos em áreas com maior potencial.
“A logística eficiente e escala com as moléculas renováveis são essenciais para a consolidação de novas tecnologias”, pontuou o CEO da Geo, Alessandro Gardemann, em nota.
Escoamento do biometano terá diferentes rotas
Além da NTS, a Transportadora Associada de Gás (TAG) e a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) se movimentam para se posicionarem como soluções logísticas para escoamento do biometano.
As duas companhias querer criar hubs que ajudem a viabilizar a conexão de produtores que, isoladamente, não teriam escala suficiente para se conectarem ao transporte.Um dos principais desafios para que a indústria do biometano decole será a questão logística.
O potencial de produção, no Brasil, é pulverizado – e presente, principalmente no agro, em regiões onde a infra de gás é deficitária ou inexistente.
A indústria brasileira de biometano dá seus primeiros passos valendo-se, majoritariamente, do modal rodoviário.
Aos poucos, contudo, as plantas de biometano começam a se conectar às redes das distribuidoras estaduais de gás canalizado.
E, agora, as transportadoras se movimentam para se posicionar como agregadoras de biometano.