RIO — A mineradora norueguesa Norsk Hydro, uma das maiores produtoras de alumínio do mundo com atuação no Brasil, anunciou nesta quinta (8/4) a criação da subsidiária Hydro REIN, que vai atuar em soluções de energia renovável voltada para indústrias.
O nome REIN deriva de “puro” em norueguês. A inciativa faz parte do plano de transição da companhia para atividades de baixo carbono.
“Como parte da direção estratégica da Hydro de fortalecer nossa posição em alumínio de baixo carbono e explorar novas oportunidades de crescimento, lançamos uma unidade separada no ano passado chamada Renewable Growth. Como agora amadurecemos ainda mais essa iniciativa, estamos fortalecendo a organização, estabelecendo-a como uma empresa separada e batizando-a de Hydro REIN ”, disse a CEO da Hydro, Hilde Aasheim.
Segundo Olivier Girardot, chefe da Hydro REIN, o objetivo da empresa, que já possui dois projetos de energia renovável no Brasil, é ajudar outros agentes industriais a terem sucesso em sua transição energética.
“Facilitaremos o acesso a energia renovável acessível, proveniente de nosso portfólio de projetos hídricos, solares e eólicos no Brasil e nos países nórdicos. Também forneceremos soluções em escala industrial para melhorar a eficiência energética, reduzir emissões e cortar custos ”, disse Girardot.
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A Hydro REIN tem dois memorandos de entendimento para projetos no Brasil. Um com a Scatec e a Equinor para a construção de uma usina solar fotovoltaica, de 480 MW, no Rio Grande do Norte, e outro com o Green Investment Group (GIG) para uma usina híbrida – energia eólica e solar – com 620 MW de capacidade instalada. O projeto será instalado no Piauí (PI) e em Pernambuco (PE).
Hydro é acusada de poluição no Pará
Em fevereiro deste ano, onze mil famílias que vivem na região amazônica, no Pará, entraram com uma ação coletiva contra a Norsk Hydro, acusando a empresa ser responsável pela poluição do rio Murucupi com rejeitos tóxicos, após vazamento em uma das suas instalações, a Alunorte, em 2018. O processo ocorre na Holanda.
Representadas pela Associação dos Caboclos, Indígenas e Quilombolas da Amazônia (Cainquiama), as famílias buscam compensação pela disposição incorreta dos rejeitos, “bem como por outros efeitos da presença das instalações da Norsk Hydro na região”, como possíveis danos à saúde dos habitantes das comunidades locais.
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À Reuters a Hydro disse que responderá às acusações diante da Justiça holandesa, e que “os assuntos trazidos à luz pela Cainquiama já estão sendo discutidos junto à Justiça brasileira e autoridades do Brasil”.
A contaminação do Rio Murucupi foi constatada por um laudo do Instituto Evandro Chagas (IEC), que apontou que o nível de alumínio estava 36 vezes acima do normal e que quantidade de chumbo, cromo, arsênio e mercúrio, ultrapassava a permitida pela legislação. Todas substâncias utilizadas na operação da empresa.