Combustíveis e Bioenergia

Márcia Cristina Andrade assume gerência geral da Recap, em São Paulo

Engenheira é a primeira mulher negra, em quase 70 anos, a conquistar o cargo em uma refinaria brasileira

Engenheira Márcia Cristina Andrade toma posse como gerente geral da Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá, na região metropolitana de São Paulo (Foto: Petrobras)
Engenheira Márcia Cristina Andrade toma posse como gerente geral da Recap (Foto: Petrobras)

BRASÍLIA – A engenheira Márcia Cristina Andrade assumiu, na quarta (26/7), como gerente geral da Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá, na região metropolitana de São Paulo. É a primeira mulher a ocupar a função desde a inauguração da unidade industrial da Petrobras, em 1954.

Márcia Cristina ingressou na Petrobras em 2006. Engenheira de Processamento de formação, a nova gerente geral começou a carreira na empresa na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), onde passou pelas áreas de Otimização e Empreendimentos. Foi coordenadora da área de Projetos de Pequeno Porte e posteriormente gerente de Projetos da refinaria.

“Sei da imensa representatividade que trago comigo. Estou representando cada mulher que em sua profissão ainda encontra um ambiente de trabalho com oportunidades desiguais”, discursou ao ser empossada.

“Mas há outra característica em mim que me assemelha à maioria da população brasileira: eu sou negra, e estar aqui, tomando posse desta importante função, é um marco”, completou.

A cerimônia de posse contou com a presença do presidente da petroleira, Jean Paul Prates, que destacou as desigualdades de oportunidades no Brasil.

A Recap iniciou as operações em 18 de dezembro de 1954. Atualmente, é responsável pela comercialização de cerca de 30% do volume de combustíveis consumido na região da Grande São Paulo. A carteira de produção inclui gasolina e diesel de baixo teor de enxofre (S-10), aguarrás, propeno, gás liquefeito de petróleo (GLP) e solventes especiais.

Brasil tem cinco empresas de energia em índice de igualdade de gênero

Das 16 empresas brasileiras incluídas no Índice de Igualdade de Gênero de 2023 da Bloomberg (GEI, na sigla em inglês), cinco atuam no setor de energia.

O índice global avalia as práticas de inclusão e igualdade de oportunidades de trabalho entre homens e mulheres.

Este ano, a lista considerou 485 companhias presentes em 45 países, incluindo 11 setores empresariais, como financeiro, tecnologia e serviço público, por exemplo. E trouxe pela primeira vez grupos sediados em Luxemburgo, Equador e Kuwait.

Para entrar no GEI, o desempenho dos negócios é avaliado em cinco categorias: liderança e desenvolvimento de talentos, igualdade de remuneração e paridade salarial, cultura inclusiva, políticas de prevenção ao assédio sexual e imagem de marca.

Os dados sobre as políticas de inclusão de gênero são compartilhados pelas próprias organizações. O engajamento das empresas foi 11% maior do que no ano anterior, aponta a agência de tecnologia.

Se comparado ao total de companhias avaliadas pela pesquisa, o percentual brasileiro ainda é sucinto. Do setor energético, apenas as empresas Braskem, Eletrobras, Cosan, ISA CTEEP, Comgás foram qualificadas para a lista.