Biocombustíveis

Magda Chambriard indica diretoras para o comando do E&P e Engenharia da Petrobras

Diretoria Financeira da petroleira será comandada por funcionário da Previ

Coletiva de imprensa com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em 27/05/2024. Foto: Rafael Pereira / Agência Petrobras
Coletiva de imprensa com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em 27/05/2024. Foto: Rafael Pereira / Agência Petrobras

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, anunciou nesta sexta-feira (14/6) os nomes dos diretores indicados para compor a diretoria executiva da estatal. Com a mudança, a diretoria financeira e de relacionamento com investidores ficará com Fernando Melgarejo, que substitui Carlos Alberto Rechelo Neto, gerente executivo que havia assumido o cargo de CFO interinamente, depois da demissão de Sérgio Leite em maio. 

Leite foi demitido na reunião do conselho de administração que confirmou a destituição do antigo CEO da estatal, Jean Paul Prates

Melgarejo é funcionário de carreira do Banco do Brasil e desde 2022 atuava como diretor de Participações da Previ, cargo que acumula atualmente com os de conselheiro de administração da Neoenergia. Presidente do conselho de administração do Grupo Litel e conselheiro curador da Fundação Banco do Brasil. 

Já a indicada para a diretoria de exploração e produção é Sylvia dos Anjos, que deve assumir o lugar de Joelson Mendes. A executiva é geóloga aposentada da Petrobras, onde trabalhou por 42 anos e, inclusive, foi gerente geral de tecnologias do ativo de Libra, na Bacia de Santos.  

O diretor de engenharia, tecnologia e inovação, Carlos Travassos, será substituído por Renata Baruzzi, funcionário de carreira da Petrobras e que até então era gerente da área de gestão integrada da logística. 

Todos os indicados ainda precisam passar pelas checagens e análises internas de conformidade e integridade da Petrobras. Os relatórios elaborados nessa etapa serão depois avaliados pelo comitê de pessoas (Cope), antes da confirmação dos executivos pelo conselho de administração da estatal. Durante esse processo, os atuais diretores seguirão nos cargos. 

O diretor de transição energética, Maurício Tolmasquim, foi mantido no cargo. O executivo é ligado ao PT, partido do presidente Lula. 

Por ora, a diretoria de logística, comercialização e mercados, comandada por Claudio Schlosser, também não deve ter alterações, assim como a diretoria de processos industriais e produtos, a cargo de William França

Ambos tratam de temas caros ao governo. Schlosser está à frente da área responsável pelos preços de combustíveis, assunto que tem gerado reclamações no mercado, já que a Petrobras não atualiza as cotações do diesel e da gasolina desde o ano passado. 

Já França é responsável pelas áreas de refino e fertilizantes, segmentos em que o governo Lula defende a ampliação dos investimentos da Petrobras. Ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), França é um dos principais defensores do acordo de industrialização por encomenda (tolling) entre a Petrobras e a Unigel para a retomada da produção nas fábricas de fertilizantes da Bahia e de Sergipe. O acordo está suspenso depois que o Tribunal de Contas da União apontou que levaria a Petrobras a prejuízos. 

Magda Chambriard foi indicada para a presidência da Petrobras em 14 de maio e assumiu dez dias depois. Prates foi demitido devido a embates com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a demora nas entregas de obras e projetos esperados pelo governo. 

Desde que a nova CEO assumiu, já havia expectativa de mudanças na diretoria de engenharia, tecnologia e inovação, por causa da insatisfação do governo com a baixa contratação nacional nas encomendas da estatal. Em abril, a Petrobras anunciou uma série de encomendas de navios de apoio sem índices mínimos de conteúdo local. Na ocasião, Travassos afirmou que a contratação dos estaleiros brasileiros seria “natural” pois as condições do edital iriam favorecer a fabricação desses barcos no país.

No caso da exploração e produção, também era esperado que Joelson Mendes ficasse de fora da nova gestão. O executivo já teve rusgas com Chambriard no passado.