BRASÍLIA — A transportadora dinamarquesa Maersk anunciou nesta quarta (22/11) que firmou com a chinesa Goldwind o primeiro contrato em larga escala da indústria de navegação para a aquisição de metanol verde.
O acordo prevê o fornecimento de 500 mil toneladas do combustível a base de hidrogênio renovável para abastecer as 12 primeiras embarcações de grande porte da Maersk habilitadas para metanol. Os primeiros volumes são esperados em 2026.
Este ano, a companhia recebeu seu primeiro navio porta-contêiner preparado para navegar com metanol verde. A embarcação com motor bicombustível foi construída pelo estaleiro Hyundai Mipo, em Ulsan, na Coreia do Sul e fez sua viagem inaugural em direção ao porto de Copenhagen, na Dinamarca, no início de setembro.
Com meta de atingir zero emissões líquidas em 2040 em todos os seus negócios, a companhia pretende transportar um mínimo de 25% da carga marítima utilizando combustíveis verdes até 2030, em comparação com uma base de referência de 2020.
Para isso, está firmando contratos de fornecimento com produtores ao redor do mundo, em uma estratégia que busca reduzir riscos de fornecimento — o metanol verde ainda não é produzido em escala e é mais caro que o combustível marítimo convencional.
“O acordo reduz significativamente os riscos iniciais da jornada para o zero líquido da Maersk e apoia as expectativas de um mercado competitivo de metanol verde até 2030. Os volumes recordes podem impulsionar anualmente mais da metade da capacidade atualmente encomendada pela Maersk”, explica Rabab Raafat Boulos, diretora de Infraestrutura na Maersk.
De acordo com a Goldwind, os volumes contratados incluem uma mistura de metanol verde de biomassa e e-metanol, todos produzidos utilizando energia eólica em uma nova instalação de produção na Liga de Hinggan, no nordeste da China, cerca de 1000 km a nordeste de Pequim. A produção deve começar em 2026.
“Após este acordo de compra assinado, a Goldwind espera confirmar uma decisão final de investimento para a instalação até o final do ano. Estamos incentivados pelo acordo, pois sua escala e preço confirmam nossa visão de que o metanol verde atualmente é a solução de baixas emissões mais viável para o transporte marítimo que pode ter um impacto significativo nesta década”, conta Wu Gang, presidente da Goldwind.