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J&F negocia aquisição da MGás para entrar na comercialização de gás natural

Grupo desenvolve negócios termoelétricos no Brasil e fez investimentos na Argentina

J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, negocia aquisição da MGás para entrar na comercialização de gás natural. Na imagem: Usina Termelétrica Mário Covas (480 MW), em Cuiabá (MT), que substituiu 4 térmicas vencedoras do leilão emergencial (Foto: Divulgação Âmbar Energia)
Usina Termelétrica Mário Covas (480 MW), em Cuiabá (MT), que substituiu 4 térmicas vencedoras do leilão emergencial (Foto: Divulgação Âmbar Energia)

SALVADOR – O grupo J&F está negociando a aquisição da comercializadora MGás, segundo três fontes consultadas pela agência epbr. Se concretizada, a transação reforça a investida da holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista no mercado de gás natural.

A companhia vem, desde o fim do ano passado, ampliando a sua presença em diferentes elos da cadeia de gás.

O grupo reforçou a sua presença na geração de energia a gás, com a compra da usina de Araucária (UEGA), de 484 MW, no Paraná.

E entrou na produção de gás na Argentina, por meio da compra da Fluxus e de ativos operacionais da Pluspetrol.

Os ativos incorporam ao portfólio da J&F uma produção de 1,3 milhão de m3/dia de gás e 1.365 barris/dia de petróleo.

J&F opera parque termoelétrico

Até então, a J&F controlava a Âmbar Energia, dona das termelétricas a gás de Uruguaiana (600 MW), no Rio Grande do Sul, e Cuiabá (480 MW), no Mato Grosso; além da GasOcidente, que opera o trecho brasileiro do gasoduto que traz da Bolívia o gás que abastece a usina mato-grossense.

O parque termelétrico da empresa é composto por usinas merchant – cuja principal característica é a venda de energia exclusivamente no mercado de curto prazo.

Em abril, o Ministério de Minas e Energia (MME) prorrogou até 2025 a inclusão de custos fixos aos valores variáveis para a geração de energia elétrica dessas termelétricas, sem contrato de comercialização de energia. Veja a portaria.

A expectativa, no mercado, é que a Âmbar tentará negociar ao menos parte de suas térmicas no leilão de reserva de capacidade, no segundo semestre.

O grupo tem um histórico de integração energética com países vizinhos e uma eventual aquisição da MGás reforça essa posição. A comercializadora tem um contrato firme para importação de gás da Bolivia – país com o qual a J&F também tem relações comerciais.

Criada em 2023, a comercializadora é uma joint venture entre a Macaw Energies (Golar LNG) e a Mercurio Trading. A MGás atua com foco no mercado livre e já movimenta volumes acima de 600 mil m3/dia.

Procuradas, J&F e MGás preferiram não comentar sobre a transação.