Empresas

Investimento de norueguesas em renováveis cresce 6 vezes no Brasil

Empresas aplicaram US$ 1,188 bilhão no país nos últimos dois anos, mostra levantamento

Investimento de norueguesas em energias renováveis cresce 6 vezes no Brasil nos últimos dois anos. Na imagem: Aerogerador da usina eólica Jerusalém foi uma das adquiridas pela Statkraft da EDP Renováveis (Foto: Divulgação EDP)
Usina eólica Jerusalém foi uma das adquiridas pela Statkraft da EDP Renováveis (Foto: Divulgação EDP)

Os investimentos de empresas norueguesas em fontes renováveis no Brasil cresceram seis vezes no biênio 2021-2022 em relação ao período anterior. Ao todo, nos últimos dois anos, os noruegueses direcionaram US$ 1,188 bilhão a fontes limpas no Brasil, com destaque para projetos de geração eólica e solar de companhias como Scatec Solar, Statkraft e Hydro.

O valor corresponde a 16% de todos os investimentos da Noruega no Brasil no período – no biênio anterior, o percentual das renováveis no total era de 2%. Os dados são do Relatório de Investimento da Noruega no Brasil, divulgado nesta sexta-feira (27/10) no Rio de Janeiro.

“É importante lembrar que nesse período o mundo passou por uma pandemia e uma guerra, foi um momento de disrupção para o comércio”, disse a cônsul-geral da Noruega no Rio de Janeiro, Mette Tangen, a jornalistas.

Petróleo e segurança energética

O setor de petróleo, gás, offshore e serviços marítimos, no entanto, ainda representa o principal foco de investimento norueguês no Brasil, respondendo por 56% dos US$ 7,3 bilhões direcionados ao país entre 2021 e 2022. O cenário deve seguir nos próximos anos, dado que a petroleira norueguesa Equinor tem a intenção de investir US$ 15 bilhões até 2030 nas atividades brasileiras.

Durante evento em Bruxelas esta semana, o ministro norueguês de Petróleo e Energia, Terje Aasland, reforçou a importância do petróleo e do gás para garantir a segurança energética.

Estabilidade e transição energética

A cônsul destaca que a atual fragmentação no cenário internacional tende a aproximar os dois países, pois o Brasil é visto pelas empresas norueguesas como um parceiro confiável e estável, sobretudo para temas ligados à transição energética.

“Estamos vendo um maior interesse no Brasil das empresas norueguesas, por causa do que está acontecendo no mundo. As companhias estão buscando investir em países ou regiões que são mais pacíficos, com os quais já têm uma relação amigável. A situação que o mundo está passando agora ajuda a fortalecer laços entre Brasil e Noruega, assim como entre América Latina e Europa”, disse.

Segundo a cônsul, há expectativa de que o número de empresas norueguesas presentes no Brasil com investimentos ligados às fontes renováveis cresça nos próximos anos, sobretudo na cadeia de fornecimento.

Áreas prioritárias

A Noruega tem sete áreas prioritárias para aumento das exportações nos próximos anos: eólicas offshore, gerenciamento de carbono (incluindo captura e armazenamento de CO2), descarbonização da navegação marítima, baterias, hidrogênio, bioeconomia e processos industriais (incluindo economia circular).

Em novembro, uma delegação da Petrobras vai visitar o país, com foco na discussão sobre novas fontes de energia renováveis e sobre o ambiente regulatório. A Noruega é o segundo maior fornecedor estrangeiro da estatal brasileira.

Hoje, existem 236 empresas norueguesas com operação no Brasil, sendo que 61% da geração de empregos dessas companhias vem das áreas de petróleo, gás natural, offshore e marítimo.