A espanhola Iberdrola Energia fará uma oferta pública de aquisição (OPA) da totalidade das ações de sua controlada Neoenergia, dona da Coelba, da Cosern e vários outros ativos em transmissão.
A Iberdrola deve gastar cerca de R$ 6,5 bilhões para retirar a Neoenergia do segmento especial de listagem do Novo Mercado da B3.
Em setembro, a Iberdrola já havia desembolsado R$ 11,5 bilhões para adquirir a fatia da Previ na Neoenergia.
A Neoenergia é a distribuidora com mais clientes no Brasil, atendendo 40 milhões de pessoas. São cinco distribuidoras da companhia, na Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Brasília. Ao todo, são 18 linhas de transmissão.
A empresa tem ainda capacidade instalada de 3.800 MW de geração de energia renovável.
Na sexta (21/11), a Neoenergia havia anunciado um acordo com a EDF Brasil Holding para a venda de 75% de sua participação da hidrelétrica Dardanelos, em Mato Grosso, em uma operação que coloca o valor total da usina, incluindo dívidas, em R$ 2,5 bilhões.
Localizada no rio Aripuanã, Dardanelos tem cinco unidades geradoras com capacidade instalada total de 261 megawatts (MW) de potência instalada, o suficiente para atender a cerca de 1,4 milhão de habitantes.
Na OPA anunciada nesta segunda-feira (24/11), a Iberdrola pagará R$ 32,50 por ação. O valor será atualizado pela taxa Selic a partir de 31 de outubro, data em que a Iberdrola comprou a participação da Previ na Neoenergia, até a conclusão da OPA. O valor representa um prêmio de 7,97% ante o último fechamento do papel.
A apresentação do laudo de avaliação para a OPA foi automaticamente dispensada, uma vez que a Iberdrola informou que o preço por ação foi estabelecido com base no valor pago pela participação da Previ, considerado justo, segundo a regulamentação.
Segundo a Iberdrola, o movimento tem como objetivo simplificar a estrutura corporativa e organizacional da Neoenergia, o que trará mais flexibilidade na gestão financeira e operacional da empresa.
Além disso, será convertido o registro da companhia na CVM de emissora de valores mobiliários categoria “A” para “B”, o que reduzirá os custos de manutenção e atende ao interesse da controladora, segundo comunicado.
Começa a correr nesta segunda o prazo de 15 dias para apresentação de eventual requerimento por acionistas que detenham, no mínimo, 10% das ações da Neoenergia.
Com os anúncios, as ações da Neoenergia chegaram a subiar 7,77% na manhã desta segunda, numa das maiores altas do mercado.
O Citi calcula que a operação avalia a companhia a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real implícita de 10,1% ou 6,5 vezes o valor da empresa.
O preço por ação ajustado pela Selic corresponde a um prêmio de quase 9% em relação ao último preço de negociação, calcula o banco.
