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Guia gratuito ajuda pequenas e médias empresas a economizar energia

Com linguagem descomplicada, publicação apresenta conceitos básicos do Sistema de Gestão de Energia (SGE), além de direcionamentos para implementação da norma ISO 50.001

Especialista em eficiência energética PotencializEE SENAI durante diagnóstico energético em indústria do setor alimentício no interior de São Paulo
Especialista em eficiência energética PotencializEE SENAI durante diagnóstico energético em indústria do setor alimentício no interior de São Paulo

BRASÍLIA — O programa PotencializEE lançou um guia gratuito para ajudar pequenas e médias indústrias (PMEs) em suas jornadas em busca de eficiência energética, redução de custos e emissões.

Voltado para técnicos, engenheiros e gestores que estão implementando ou pretendem implementar um sistema de gestão energética, a publicação apresenta conceitos básicos do Sistema de Gestão de Energia (SGE), boas práticas de gerenciamento com foco em eficiência energética e um estudo de caso com dicas e direcionamentos para a implementação da norma ISO 50.001.

Maior programa de eficiência energética voltado para a indústria brasileira, o PotencializEE tem foco em PMEs do estado de São Paulo de 11 segmentos de mercado e projeta uma economia de 7.267 GWh no consumo de energia até 2024, o equivalente ao consumo anual de energia elétrica de todo o Distrito Federal.

A indústria brasileira responde por mais de 32% do consumo final de energia e quase 40% da eletricidade consumida no Brasil.

Com a redução no consumo de energia, vem também o benefício ambiental: o programa tem a meta de reduzir a emissão de 1,1 milhão de toneladas de CO₂ equivalentes até o fim de 2024.

“O Guia de Gestão de Energia vai apoiar, de maneira simples e objetiva, pequenas e médias indústrias no processo de implementação de medidas de eficiência energética”, explica Marco Schiewe, diretor do Programa PotencializEE.

O trabalho é o terceiro com foco em eficiência produzido pela Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, liderado pelo MME (Ministério de Minas e Energia) e coordenado em parceria com a GIZ Brasil, Agência Alemã de Cooperação Internacional.

Baixe aqui o Guia Técnico de Gestão de Energia, produzido pelo Programa PotencializEE.

Eficiência energética no radar da indústria

Um levantamento da ABB, empresa de tecnologia energética, identificou que a maior parte da indústria brasileira está investindo ou planeja investir em eficiência nos próximos cinco anos dentro da estratégia para emissões líquidas zero.

A pesquisa entrevistou 2.294 empresas em 13 países, de portes variados entre 500 a 5.000 funcionários ou mais.

No Brasil, 48% já estão investindo no aumento da eficiência energética, enquanto 51% planejam, sendo que 63% devem realizar esses aportes ainda em 2022 — o maior índice entre os países pesquisados.

A pesquisa mostra ainda que pouco mais da metade das empresas no Brasil diz que planeja atingir emissões líquidas zero em cinco anos (51%); apenas 1% não está tentando alcançá-lo, enquanto 6% afirmam que já são neutros em carbono.

Mas o custo para fazer essa transição com eficiência ainda é uma barreira para 47%, seguida pela resistência dos trabalhadores a novas tecnologias (41%).

Outro problema é lacuna de informação: 66% das indústrias entrevistadas não sentem que o governo e terceiros fornecem toda a informação de que necessitam sobre o tema

Ainda assim, entre as que já investem na área no Brasil, três em cada cinco estão atualizando seus equipamentos para as melhores classificações de eficiência. Esse percentual é superior ao da Argentina (48%), mas inferior ao da China (83%).

Crise energética acelerou iniciativas em 2022

Ações de eficiência energética aceleraram globalmente em 2022, à medida que governos e consumidores reagem a interrupções no fornecimento de combustível e preços recordes de energia, mostra novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês).

A agência vê um possível ponto de virada após vários anos de progresso lento, com os investimentos globais alcançando US$ 560 bilhões em 2022 para reformas de edifícios, transporte público e infraestrutura para carros elétricos. O aumento é de 16% em relação a 2021.

Dados preliminares indicam que, em 2022, a economia global foi 2% mais eficiente no uso de energia em comparação com o ano passado — uma taxa quase quatro vezes maior que a dos últimos dois anos e quase o dobro dos últimos cinco.

Eficiência é uma das áreas-chave para os esforços internacionais rumo a emissões líquidas zero até 2050. As melhorias precisam alcançar uma média de 4% ao ano nesta década para se alinharem com o Cenário Net Zero até 2050 da IEA.