Segundo dia

Greve de petroleiros cresce com adesão do Ceará e novas unidades paralisadas; Veja a lista atualizada

Entrada de bases no Ceará amplia paralisação nacional, que chega a 24 plataformas e oito refinarias no segundo dia; FUP diz que nenhuma unidade retomou atividades

Trabalhadores da Refap em greve (Foto FUP)
Trabalhadores da Refap em greve (Foto FUP)

JUIZ DE FORA — A greve nacional dos trabalhadores do Sistema Petrobras entrou no segundo dia, nesta terça-feira (16/12), com ampliação da adesão e a entrada de novas bases, incluindo unidades no Ceará, segundo informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e de sindicatos da categoria.

O movimento avançou para novas refinarias, plataformas, terminais e usinas, expandindo o alcance territorial da mobilização.

O movimento reúne, até o momento, 24 plataformas, oito refinarias, nove unidades da Transpetro, três termelétricas, duas usinas de biodiesel, cinco campos terrestres e três bases administrativas, além da Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas e da Estação de Compressão de Paulínia, segundo a FUP.

Trabalhadores do Ceará passaram a integrar a greve com corte de rendição de turno na Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor) e na Termoceará, além da adesão no Terminal de Mucuripe.

No Rio Grande do Sul, houve paralisação na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, também com corte de rendição.

No Norte Fluminense, o número de plataformas offshore paradas na Bacia de Campos subiu de 15 para 22 no segundo dia de greve, com trabalhadores solicitando desembarque, aprofundando o impacto operacional, de acordo com a FUP.

A adesão também foi ampliada no Amazonas, no Terminal Aquaviário de Coari, incluindo trabalhadores da operação, manutenção e do serviço de saúde, sob controle de equipes de contingência.

Entre os estados que já registravam adesões na segunda-feira (15/12), no Rio Grande do Norte, passaram a integrar o movimento os trabalhadores da Usina Termelétrica do Vale do Açu e médicos do serviço de saúde, além dos trabalhadores que iniciaram a greve na sede administrativa em Natal.

Na Bahia, entrou na greve a Usina de Biodiesel de Candeias, somando-se aos campos terrestres já paralisados.

No Espírito Santo, médicos e dentistas aderiram ao movimento, enquanto plataformas mantiveram a entrega da produção às equipes de contingência.

Em Santa Catarina, novos terminais da Transpetro passaram a integrar a paralisação em Itajaí e Guaramirim, além de unidades que já estavam paradas no dia anterior (15/12)

No primeiro dia de greve, na segunda-feira (15/12), a paralisação havia alcançado 17 plataformas, seis refinarias, campos terrestres e unidades administrativas em diferentes estados).

Na ocasião, a Petrobras afirmou que não houve impacto na produção de petróleo e derivados, enquanto a FUP informou a paralisação da Estação de Compressão da TBG em Paulínia, informação que não foi confirmada pela estatal.

manutenção da greve foi aprovada na quinta (11/12), após a FUP considerar insuficiente a segunda contraproposta da Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2025.

Nesta terça (16), petroleiros realizaram um ato em frente à Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, em defesa do direito de greve e em protesto contra a detenção de dois sindicalistas, conforme informou a FUP.

“O avanço da greve é resultado da insatisfação generalizada da categoria, em razão da postura da Petrobrás nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho, que não trouxe respostas concretas às reivindicações históricas dos trabalhadores”, comenta o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Ele afirma que a paralisação seguirá até que a empresa apresente uma proposta que atenda aos pontos centrais da pauta, como questões relacionadas à previdência complementar e à recomposição de direitos.

Já o coordenador-geral do Sindipetro-NF e diretor da FUP, Sérgio Borges, disse que as bases estão preparadas para a continuidade do movimento, inclusive durante o período de fim de ano, e que a duração da greve dependerá exclusivamente da posição adotada pela gestão da Petrobras nas negociações.


Confira a lista completa das unidades que aderiram à greve:

Amazonas

  • Terminal Aquaviário de Coari: 100% de adesão dos trabalhadores da operação (15/12), com unidade sob controle da equipe de contingência; e adesão dos trabalhadores da manutenção e do Serviço de Saúde (16/12).

Bahia

  • Campos de produção terrestre (Fazenda Bálsamo, Santiago, Taquipe, Buracica e Araçás): adesão dos trabalhadores das bases (15/12).
  • Torre Pituba (sede administrativa, Salvador): atrasos na entrada do expediente (15/12).
  • Usina de Biodiesel de Candeias (PBio): trabalhadores aderiram à greve (16/12).

Ceará

  • Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor): corte de rendição do turno (16/12).
  • Termoceará: corte de rendição do turno (16/12).
  • Terminal de Mucuripe: trabalhadores aderiram à greve (16/12).

Espírito Santo

  • Plataformas P-58 e P-57: trabalhadores entregaram a produção às equipes de contingência e desembarcaram.
  • Serviço de Saúde (SMS): médicos e dentistas aderiram à greve (16/12).

Minas Gerais

  • Refinaria Gabriel Passos (Regap): sem rendição no turno (15/12).
  • Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité): sem rendição no turno (15/12).
  • Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro (PBio/Montes Claros): sem rendição no turno (15/12).

Paraná

  • Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar/Araucária): sem rendição no turno (15/12).
  • Terminal de Paranaguá (Tepar): corte de rendição, com contingência assumindo a unidade (15/12).
  • Nesix: atrasos na troca de turno e no administrativo (15/12).
  • Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR): atrasos nas trocas de turno (15/12).

Rio de Janeiro

  • Refinaria Duque de Caxias (Reduc): sem rendição no turno (15/12).
  • Plataformas offshore: adesão de PG1, PNA-1, PNA-2, P09, P19, P-25, P-35, P-38, P-40, P-43, P-48, P-51, P-54, P-56 e P-62 (15/12); e adesão de P-18, P-20, P-26/P-33 (Porto do Açu), P-37, P-52 e P-55, totalizando 22 plataformas na Bacia de Campos, com solicitação de desembarque (16/12).
  • Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB/Macaé): adesão de trabalhadores de turno, sob regime de sobreaviso (15/12).
  • Parque de Tubos e Imbetiba: adesões parciais de trabalhadores do regime administrativo (15/12).

Rio Grande do Norte

  • Edifício-sede da Petrobras no RN (Edirn/Natal): adesão de 90% dos trabalhadores da sede administrativa (15/12).
  • Usina Termelétrica do Vale do Açu (Alto do Rodrigues): trabalhadores aderiram à greve (16/12).
  • Serviço de Saúde (SMS): médicos aderiram à greve (16/12).

Rio Grande do Sul

  • Refinaria Alberto Pasqualini (Refap/Canoas): corte de rendição no turno (16/12).

Santa Catarina

  • Terminal de São Francisco do Sul: houve corte de rendição e a contingência assumiu a unidade (15/12).
  • Terminal de Biguaçu: trabalhadores aderiram à greve (15/12).
  • TBG de Biguaçu: trabalhadores aderiram à greve (15/12).
  • Terminal de Itajaí: trabalhadores aderiram à greve (16/12).
  • Terminal de Guaramirim: trabalhadores aderiram à greve (16/12).

São Paulo

  • Refinaria de Paulínia (Replan/Campinas): sem rendição no turno (15/12).
  • Transpetro Paulínia: adesão à greve, com poliduto operando sob contingência (15/12).
  • Estação de Compressão de Paulínia (TBG): sem entrada de grupo de contingência, unidade parada (15/12).
  • Refinaria de Capuava (Recap/Mauá): sem rendição no turno (15/12).
  • Refinaria Henrique Lages (Revap/São José dos Campos): sem rendição no turno (15/12).
  • Transpetro São José dos Campos: adesão à greve (15/12).

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