RIO – A GNLink, do grupo Lorinvest, e a distribuidora de combustíveis Petrobahia fecharam uma parceria no negócio de gás natural liquefeito (GNL) em pequena escala, no Nordeste.
As empresas assinaram um acordo comercial e formarão uma Parceria Público-Privada (PPP) com a Bahiagás, a fornecedora do gás natural do projeto. A planta de liquefação será conectada à rede de distribuição da concessionária baiana.
A unidade de liquefação – e também de compressão – será construída em Itabuna, no sul da Bahia, com capacidade para 98 mil m3/dia. A previsão é que o projeto comece a operar no terceiro trimestre de 2024.
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A GNLink investirá R$ 125 milhões e a Petrobahia mais R$ 30 milhões na empreitada.
A distribuidora de GNL small-scale ficará responsável por comprar o gás da Bahiagás, investir e operar os equipamentos de liquefação. Este é o segundo projeto anunciado pela companhia no Brasil. A GNLink espera começar a operar no primeiro semestre de 2024 a sua primeira unidade de liquefação no Paraná, com capacidade para 88 mil m3/dia.
Já a Petrobahia fará a logística e comercialização do gás, com foco, num primeiro momento, na rede de postos de GNV, mas com perspectivas de desenvolvimento também de projetos estruturantes – aqueles que visam a antecipar a chegada do gás a um determinado mercado isolado da rede principal de distribuição de uma concessionária.
Petrobahia mira corredores azuis
O presidente da Petrobahia, Thiago Andrade, conta que a parceria mira, entre outras oportunidades de negócio, os projetos de gasodutos virtuais da Bahiagás, para interiorização do gás no estado.
A concessionária baiana lançou no fim de 2022 uma chamada pública para contratação de fornecedores para projetos de redes locais em dez municípios (Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Juazeiro, Linha Verde, Eunápolis, Santo Antônio de Jesus, Itapetinga, Porto Seguro, Vitória da Conquista e Teixeira de Freitas).
Segundo Andrade, contudo, a Petrobahia e a GNLink decidiram antecipar os investimentos e não esperar a conclusão da concorrência.
“Acreditamos no negócio e optamos por nos antecipar e fazer o investimento por conta própria [antes de uma possível contratação pela Bahiagás]”, disse à agência epbr.
O CEO da Petrobahia afirma que um terço da capacidade da planta de liquefação e compressão já está contratada – num primeiro momento, com postos de GNV.
A distribuidora, segundo ele, tem planos de se posicionar como um player relevante na estruturação dos corredores azuis – rotas que garantem autonomia para abastecimento de veículos movidos a gás natural e biometano no transporte rodoviário.
A companhia já fechou acordos de suprimento com seis postos na Bahia e Sergipe, como âncoras do projeto, e espera incorporar ao seu portfólio de clientes de cinco a seis postos por ano, nos próximos anos. É o embrião do desenvolvimento dos corredores.
“É parte do nosso conceito de mercado… Nossa ideia é pegar os principais eixos rodoviários do Nordeste, o flux Bahia-Recife, Bahia-Itaqui, a BR-242…” cita.
No mercado industrial, a distribuidora mira oportunidades no setor de minério, no interior da Bahia e o deslocamento do consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP), carvão e diesel.
Planta será conectada à rede de gasodutos
O plano, segundo o executivo, é que em três anos a Petrobahia já tenha condições de ampliar o seu projeto, eventualmente com outros fornecedores (como produtores onshore) e em outras regiões.
Nessa primeira experiência, a companhia e a GNLink optaram por comprar o gás da distribuidora local, num modelo de negócios não usual no Brasil, onde os empreendimentos do tipo se conectaram, geralmente, diretamente aos produtores de gás.
O preço da molécula, garante Andrade, é competitivo.
“A Bahiagás é conhecida por ter vários contratos de suprimento com diferentes fornecedores de gás e tem, por isso, uma das melhores condições comerciais. Os números [de competitividade do projeto] convergiram. Temos transportadora própria, enxugamos nossos custos…”, comentou.