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Foresea reaproveita 100% dos resíduos gerados por atividades de perfuração offshore

Empresa é a primeira do segmento a reaproveitar integralmente resíduos gerados em suas operações marítimas e terrestres

Plataforma da Foresea, a primeira empresa de perfuração offshore a reaproveitar 100% dos resíduos gerados em suas atividades (Foto: Divulgação)
Receita obtida com o reaproveitamento de resíduos da Foresea é investida em projetos socioambientais (Foto: Divulgação)

A Foresea, empresa do segmento de perfuração offshore, anunciou esta semana que conseguiu reaproveitar 100% dos resíduos gerados em suas operações marítimas e terrestres.

Segundo a companhia, o feito é inédito no mercado de óleo e gás brasileiro e envolve uma operação complexa que inclui coleta, separação, transporte (do alto mar ao continente) e destinação de resíduos muito diversos (de componentes, óleos, até bioincrustados colhidos após limpeza de casco dos navios-sonda).

Em 2022, a Foresea já havia conseguido zerar o envio de resíduos para aterros sanitários, no programa Aterro Zero. Desde então, o desafio passou a ser reaproveitar 100% dos resíduos gerados nas operações, usando como referência as diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI) do Pacto Global da ONU.

“Em 2022 chegamos perto, com 99% de reaproveitamento em mais de 1.835 toneladas de resíduos provenientes de nossas operações, seja por meio de reciclagem ou de coprocessamento. Mas ainda faltava um ajuste fino no processo. Finalmente, em outubro de 2023, atingimos a meta dos 100% de reaproveitamento”, conta o COO da Foresea, Heitor Gioppo.

Reciclagem

Historicamente mais de 50% dos resíduos gerados pela Foresea são reciclados. De janeiro a outubro de 2023, os metais lideraram a categoria de reciclados com 414 toneladas, seguidos pelos plásticos (22 toneladas), papeis (14 toneladas), tetrapaks, baterias, entre outros.

Os resíduos contaminados com óleos, graxas e produtos químicos somaram 176 toneladas no período e também respondem por uma parcela relevante na perfuração de poços de petróleo. Esses resíduos são coprocessados e utilizados como combustível alternativo para os fornos de produção de cimento.

Para chegar aos 100% de reaproveitamento foi preciso concentrar esforços nas etapas subsequentes da vida dos resíduos, explica a Foresea.

Nem todos os tratamentos feitos por empresas destinadoras são aceitos pelos do GRI, como o tratamento de cinzas de incineração, por exemplo.

A solução foi buscar opções de reaproveitamento após processos de tratamento, junto com as empresas destinadoras.

“Além de atingirmos o nosso objetivo de reduzir o impacto ambiental de nossas atividades, estamos influenciando o mercado de forma positiva e vendo clientes e fornecedores seguirem os mesmos passos”, comenta o vice-presidente de Sustentabilidade, Marco Aurélio Fonseca.

De acordo com o executivo, todo o retorno financeiro obtido com o reaproveitamento dos resíduos é reinvestido em nos projetos socioambientais da empresa.

Digitalização

Uma ferramenta que ajudou a alcançar a marca de 100% de reaproveitamento foi o acompanhamento digital.

A Foresea criou um sistema de Sustentabilidade Digital, onde os dados e planilhas de descarte e reaproveitamento de resíduos de todas as unidades da empresa, em terra e no mar, passaram a integrar um dashboard único, alimentado permanentemente e atualizado quase em tempo real.

Enquanto isso, a equipe de meio ambiente atuou separadamente em cada sonda para atualização dos dados e desenvolveu com fornecedores novas estratégias para a gestão da destinação final dos resíduos priorizando a
reciclagem e o reaproveitamento.

Também foram criados indicadores específicos para dar transparência e medir índices de descarte e de reaproveitamento de resíduos.