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Equinor e Galp têm novos clientes no mercado de gás; Origem renegocia contratos

Norueguesa começa a vender gás no Centro-Sul, a exemplo da Shell e Galp

Equinor e Galp têm novos clientes no mercado de gás; Origem renegocia contratos

RIO – A exemplo da Shell e da Galp, a Equinor também começou a direcionar parte de seu gás natural para o mercado do Centro-Sul.

A petroleira norueguesa fechou um contrato de cinco anos para venda do gás do campo de Roncador, na Bacia de Campos, para a Gasmig, distribuidora de gás canalizado de Minas Gerais.

O movimento revela um novo fluxo no mercado brasileiro: concentrados num primeiro momento no Nordeste, os fornecedores privados direcionam cada vez mais seus portfólios para os grandes centros de consumo.

O contrato com a Gasmig prevê a entrega de 100 mil m3/dia em 2024; 150 mil m3/dia em 2025; e 100 mil m3/dia entre 2026 e 2028.

O acordo segue a tendência de precificação mista, com o gás indexado em parte ao petróleo Brent e parte ao Henry Hub, a referência do preço do gás nos Estados Unidos.

Além do Nordeste

Até então, a Equinor só possuía contratos de fornecimento no Nordeste, com a Bahiagás (BA) e Cegás (CE).

O acordo com a distribuidora baiana se encerra em 2025 e prevê a comercialização de 100 mil m3/dia firmes em 2024 e 50 mil m3/dia no ano que vem.

Com a concessionária do Ceará, o compromisso vai até o fim deste ano, com a entrega de 150 mil m3/dia firmes.

Novo patamar em 2028

O gás comercializado hoje pela Equinor no mercado brasileiro se resume, basicamente, a sua parcela de produção em Roncador – da qual a norueguesa é sócia da Petrobras.

No fim do ano passado, a multinacional deu um passo importante ao assinar contratos com a Petrobras para uso do Sistema Integrado de Escoamento da Bacia de Campos (SIE-BC) e acesso à Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB). Até então, a Equinor tinha acesso ao mercado por meio de um acordo de swap comercial com a estatal brasileira.

A partir de 2028, no entanto, a Equinor deve se consolidar como uma das maiores fornecedoras privadas de gás do Brasil. A empresa é operadora, com uma fatia de 35%, do projeto Raia – que representará a chegada de um volume de gás novo de 14 milhões de m³/dia ao mercado brasileiro.

Galp também tem novo cliente

A petroleira portuguesa também conquistou um novo cliente para o seu gás em 2024. A companhia assinou, no fim do ano passado, um acordo de fornecimento com a PBGás (PB), que prevê a entrega de 20 mil m3/dia entre 2024 e 2027.

A Galp possui um portfólio diversificado de clientes. Além da concessionária paraibana, tem contratos de suprimento de gás com outras oito distribuidoras, na maioria dos casos com compromissos de longo prazo:

  • Bahiagás (BA)
  • Cegás (CE)
  • Copergás (PE)
  • ES Gás (ES)
  • Gasmig (MG)
  • SCGás (SC)
  • Sergas (SE)
  • Sulgás (RS)

Origem estende acordo com Bahiagás

A produtora de gás do Alagoas renegociou os termos do seu contrato de suprimento com a Bahiagás.

A Origem estendeu o prazo do acordo, de 2026 até 2028. O volume também foi revisto, de 1,5 milhão de m3/dia entre 2024 e 2026 para compromissos de entrega de 1,033 milhão de m3/dia entre 2024 e 2028.

Os novos termos fazem parte de uma renegociação mais ampla dos contratos entre as duas partes, que contempla também os compromissos da Eagle (controlada pela Origem).

O acordo da Eagle previa, originalmente, um compromisso de envio de 15 mil m3/dia numa primeira fase e de 150 mil m3/dia numa segunda etapa.

As partes concordaram, no entanto, em não avançar para a segunda fase e em manter os 15 mil m3/dia.