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Eneva vê oportunidade na produção de gás para fertilizantes na Bacia do Paraná

Empresa tem quatro blocos na Bacia do Paraná, que é considerada nova fronteira onshore

Eneva vê oportunidade na produção de gás natural para fertilizantes na Bacia do Paraná, diz CEO. Na imagem: Unidade de tratamento de gás natural (UTG) da Eneva no complexo Parnaíba (Foto: Divulgação)
Unidade de tratamento de gás natural da Eneva no complexo Parnaíba (Foto: Divulgação)

A Eneva vê perspectiva para a produção de gás na Bacia do Paraná tendo em vista o fornecimento para eventuais projetos de produção de fertilizantes, afirmou o CEO da companhia, Lino Cançado, em conversa com jornalistas na manhã desta sexta-feira (20/10).

A Bacia do Paraná é considerada uma nova fronteira, ainda sem produção. A Eneva adquiriu quatro blocos na região (PAR-T-196, PAR-T-215, PAR-T-86, PART-99), na oferta permanente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em dezembro de 2020, em parceria com a Enauta, que detém 30% de participação nos ativos.

Os blocos estão localizados nos estados do Mato Grosso do Sul e Goiás, região próxima ao trajeto do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol). A previsão é de início de perfuração de blocos exploratórios em 2025.

Segundo o executivo, a companhia fechou um contrato para aquisição de dados sísmicos na região. “Acreditamos que essa bacia tem muito potencial”, disse Cançado.

A Eneva tem experiência no desenvolvimento de projetos de exploração e produção de gás natural integrados à geração termelétrica em bacias de nova fronteira, com projetos na Bacia do Parnaíba e na Bacia do Amazonas.

A companhia também está inscrita para participar da próxima rodada da oferta permanente, marcada para dezembro deste ano. Serão oferecidos ao mercado blocos em terra nas bacias do Amazonas, Espírito Santo, Paraná, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano.

Investimento em eólica e solar

A Eneva também anunciou um acordo com a Vallourec para o fornecimento de energia renovável no complexo solar Futura I, em Juazeiro (Bahia). A Vallourec entrou como sócia no projeto.

O contrato teve início em setembro de 2023, com duração de 23 anos. A previsão é de fornecimento de 29 megawatts médios (MWm), cerca de 25% do consumo de energia do grupo Vallourec no Brasil.

O complexo solar operado pela Eneva começou a operar este ano, com capacidade de 837 megawatts no pico (MWp). A companhia está desenvolvendo a expansão, com os parques Futura II e Futura III. Juntas, as três plantas devem alcançar capacidade instalada de 3,9 gigawatts (GW) no pico.

Além dos projetos de geração solar fotovoltaica, a Eneva também tem um ativo de geração eólica, o parque eólico de Santo Expedito (333 MW), no Rio Grande do Norte, que está em fase de desenvolvimento para leilões de energia.

A companhia está em busca de sócios para os projetos de renováveis, que foram adquiridos por meio da compra da Focus Energia em 2022. Segundo o CFO, Marcelo Habibe, as propostas já foram recebidas e estão em fase de negociações bilaterais. Há ofertas para a compra de todo o parque renovável, assim como de uma participação.

Cançado ressaltou, no entanto, que a empresa tem um preço alvo para os projetos e que se esse valor não for alcançado a companhia vai manter as usinas renováveis no portfólio.

Aquisições de termelétricas

Segundo Habibe, novas aquisições de usinas termelétricas estão no radar da companhia. Em 2022, a Eneva comprou a Termofortaleza (CE) e a UTE Porto Sergipe (SE). Os executivos ressaltaram que o interesse está, sobretudo, em áreas onde a empresa atua.

O CEO ressaltou ainda que a companhia quer entrar na oferta de flexibilidade para a malha de gás natural, sobretudo em Sergipe. “Temos um ativo [Termofortaleza] que pode injetar ou retirar gás da malha quando for necessário. Queremos oferecer serviços de flexibilidade para o mercado”, disse.