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Eletrobras vende usina a carvão de Candiota para Âmbar Energia

Em paralelo, a empresa do grupo J&F venderá para a Eletrobras ativos de transmissão e energia eólica

Eletrobras vende usina a carvão mineral de Candiota (350 MW) para Âmbar Energia, do grupo J&F. Na imagem: Vista das instalações da termelétrica a carvão mineral Candiota III (RS), com capacidade instalada de 350 MW (Foto: Divulgação CGT Eletrosul)
Termelétrica a carvão mineral Candiota III (RS), com capacidade instalada de 350 MW (Foto: Divulgação CGT Eletrosul)

RIO — A Âmbar Energia assinou contrato com a Eletrobras para compra da termelétrica a carvão mineral Candiota (350 MW), no Rio Grande do Sul. Em paralelo, a empresa do grupo J&F venderá para a Eletrobras ativos de transmissão e energia eólica.

A venda de Candiota, por R$ 72 milhões, marca a saída da Eletrobras (por meio de sua subsidiária Eletrosul) da geração a carvão, como parte de sua estratégia de descarbonização.

A empresa assumiu uma meta net zero em 2030 e, com a alienação da usina, se desfaz de um ativo que representa cerca de um terço de suas emissões.

Inaugurada em 2011, Candiota será o primeiro ativo de geração a carvão da Âmbar. Com isso, a capacidade da companhia do grupo J&F sobe para 1,8 GW.

A empresa já atua, hoje, na geração a gás natural e energia renovável, em geração distribuída de energia solar fotovoltaica.

Âmbar vende para Eletrobras ativos de transmissão e eólica

As duas companhias também assinaram acordos em transmissão e geração eólica.

A Eletrobras comprou, por R$ 574 milhões, as participações de 51% da Âmbar Energia nas SPEs Vale do São Bartolomeu (GO/DF) e Triângulo Mineiro Transmissora (MG).

Os ativos terão dívida líquida próxima a zero na data esperada da finalização da operação e têm receitas anuais permitidas (RAPs) homologadas para o ciclo 2023-2024 de R$ 49 milhões e R$ 53 milhões. As concessões vão até 2043.

A Eletrobras já era sócia nas sociedades, por meio de Furnas, e tinha o direito de compra dos ativos. No caso de Vale do São Bartolomeu, a Celgpar tem 10% de participação e tem um período para exercer seu direito de preferência, conforme previsto no acordo de acionistas vigente.

A Âmbar também vendeu sua participação indireta em projetos eólicos não operacionais no complexo Baleia, no Ceará, mediante a concretização de eventos futuros.

O negócio envolve uma opção de compra por parte da Brasilventos Energia (subsidiária de Furnas) de 51% das 6 SPEs não operacionais de geração eólica do complexo Baleia, por R$ 1. As sociedades não possuem dívida e são detentoras de direito de recebimento em uma ação de cobrança de indenização securitária.

De acordo com a Eletrobras, os valores são alvo de discussão e uma vez estabelecidos, beneficiarão ambos os acionistas (Âmbar Energia e Eletrobras), uma vez que a efetivação da compra do ativo só ocorreria após a conclusão das discussões e recebimento da seguradora.