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Distribuidoras de gás estudam corredores azuis em rodovias de São Paulo e Mato Grosso do Sul

MSGás e Necta miram demanda rodoviária do agronegócio e setor florestal para competir com diesel na frota pesada 

Na imagem: Caminhão a GNV ou biometano adquirido pela PepsiCo (Foto: Divulgação)
Caminhão a GNV ou biometano adquirido pela PepsiCo (Foto: Divulgação)

 RIO – As distribuidoras de gás natural canalizado MSGás (MS) e Necta (SP) estudam uma parceria para desenvolver corredores azuis nos principais eixos rodoviários que cortam Mato Grosso do Sul e o Noroeste de São Paulo.

Corredor azul é o jargão do mercado para rotas que garantem autonomia para abastecimento de veículos movidos a gás natural e biometano no transporte rodoviário, sobretudo caminhões.

O plano é expandir gradualmente o número de pontos de abastecimento na área de influência das duas companhias, de olho, em especial, na demanda do agronegócio e do setor florestal.

A MSGás anunciou, nesta quinta-feira (2/5), que o plano é instalar ainda este ano um ponto de abastecimento em Três Lagoas (MS), na divisa com São Paulo.

A distribuidora sul-mato-grossense mira a demanda de grandes empresas instaladas no estado, como JBS, Suzano e Eldorado.

Mato Grosso do Sul tem um programa de incentivos para o uso de gás natural veicular que oferece um voucher de R$ 5 mil para a conversão de caminhões a diesel para gás.

Em comum, MSGás e Necta têm a Commit (Compass/Mitsui) como acionistas e atuam em mercados com grande potencial também para produção de biometano – principalmente a partir de resíduos da indústria sucroalcooleira (como vinhaça, palha e torta de filtro).

Estados lideram interesse por rotas de gás

Os corredores azuis têm recebido uma atenção crescente de empresas de diferentes perfis, desde produtores de gás a distribuidoras (além dos próprios governos estaduais) interessados na massificação do uso do gás natural e do biometano entre veículos pesados.

Há iniciativas de corredores azuis, por exemplo, no Rio de Janeiro e no Paraná, em regiões de alto consumo de diesel – combustível mais caro e poluente na comparação com o gás natural.

A segurança do abastecimento no longo prazo e a necessidade de expandir a infraestrutura capaz de abastecer caminhões sem impactos no tempo e custo do frete estão entre os gargalos, contudo.

No Nordeste, a Eneva vê na frota movida à gás natural liquefeito (GNL) do agronegócio do Matopiba – acrônimo para a fronteira agrícola que reúne os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – um mercado promissor para o gás natural produzido no Complexo do Parnaíba (MA). 

“Existe uma rota de escoamento do agronegócio brasileiro que vem do Matopiba, que passa justamente em cima dos nossos ativos e vai até o Porto de Itaqui”, disse o CEO da companhia, Lino Cançado, à agência epbr, em abril. 

A Bahiagás e a Copergás também estão em discussões para a criação de uma região de distribuição de gás abastecida a biometano próxima aos municípios de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), indo até as proximidades de Jacobina (BA).