Mercado livre

Consumidores gastam mais com energia por falta de conhecimento, diz CEO da Indra Energia 

Consumidores de energia que ainda não aderiram ao mercado livre muitas vezes não estão bem-informados, diz a CEO Ingrid dos Santos

Ingrid dos Santos, CEO da Indra Energia (Foto Divugação)
Ingrid dos Santos, CEO da Indra Energia | Foto Divugação

BRASÍLIA – Muitos consumidores ainda estão fora do mercado livre de energia e deixam de economizar nos gastos com eletricidade por falta de conhecimento de como esse mercado funciona, afirma a CEO da comercializadora Indra Energia, Ingrid dos Santos. 

No mercado livre de energia o consumidor pode contratar com uma comercializadora ou com a própria geradora a compra da energia. Com isso, esse cliente deixa de contratar obrigatoriamente a energia que é fornecida pela distribuidora local e pode escolher a fonte e as condições de contratação. 

A partir de janeiro de 2024, essa opção ficou disponível a todos os consumidores da rede de alta e média tensão

A executiva lembra que a economia ao migrar para o ambiente livre ocorre também pelos serviços customizados. 

“O cliente está começando a se empoderar quando o assunto é energia”, diz.

Comercializadoras estão aprendendo a se comunicar

Segundo ela, esse aprendizado é uma via de mão dupla: enquanto os consumidores descobrem que podem escolher a energia contratada, as comercializadoras aprendem a se comunicar com esses novos clientes.  

“A gente tem que entender o linguajar deles. Falar, explicar de uma maneira mais simples. Porque normalmente é o contador, é o administrador, é o empreendedor”, afirma. 

A Indra Energia atende sobretudo clientes de média tensão, com um consumo médio de cerca de 50 megawatt-hora (MWh), o que inclui padarias, vidraçarias e serralherias, por exemplo. 

Para chegar a novos clientes, a empresa tem mais de mil profissionais de vendas em diversas regiões do país. Além disso, desenvolveu um sistema que lê a fatura de energia de um potencial cliente e desenvolve uma proposta na mesma hora, a partir de inteligência artificial.

Na visão da CEO da Indra, um dos fatores importantes para que um consumidor escolha migrar para o mercado livre é sentir confiança no processo de venda. 

“Muitos clientes ainda ficam perdidos. Ou acham que é bom demais para ser verdade”, diz. 

Sistema precisa amadurecer

A executiva ressalta que ainda existem muitos processos que carecem de aperfeiçoamento, como a troca de informações entre as distribuidoras, as comercializadoras e os clientes durante a migração. 

“É um sistema que precisa amadurecer”, defende. 

Ela lembra ainda que o período de migração pode levar 180 dias, um prazo longo. 

Para Dos Santos, vai ser importante reduzir esse prazo quando o mercado livre for aberto a mais clientes. 

O governo ainda discute as regras para a abertura do mercado livre aos consumidores de baixa tensão, incluindo os residenciais