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Chevron compra Hess por US$ 53 bilhões

Aquisição marca entrada da petroleira na Guiana e avanço da consolidação no mercado de shale gas dos EUA

Operação terrestre da Hess em Bakken Shale, localizado perto da cidade de Ross, no estado de Dakota do Norte, nos EUA (Foto Divulgação)
Operação terrestre da Hess em Bakken Shale, próximo à cidade de Ross, em Dakota do Norte/EUA

A Chevron anunciou nesta segunda-feira (23/10) a compra da Hess por US$ 53 bilhões (R$ 266 bilhões). É a segunda aquisição este ano feita pela petroleira, que comprou a PDC Energy em maio por US$ 6,3 bilhões. O acordo acontece menos de duas semanas após a fusão da ExxonMobil e Pioneer e marca uma consolidação no mercado de shale gas (gás de xisto) dos EUA. 

Com a compra, a Chevron assume os ativos de shale gas e óleo da Hess em Bakken, na Dakota do Norte. São 465 mil acres de áreas exploratórias e produção de 160 mil barris de óleo equivalente por dia. 

Além disso, a aquisição marca a entrada da companhia na Guiana. Com a compra, a Chevron passa a ter 30% do bloco Stabroek, com 11 bilhões de barris de óleo equivalente recuperáveis descobertos. A empresa é sócia da Equinor e da operadora ExxonMobil no ativo, que deve produzir 1 milhão de barris por dia a partir de 2027.

A Chevron também vai incorporar ativos complementares no Golfo do México e do negócio de gás natural no sudeste asiático.

Aquisição com ações

A aquisição será feita apenas com ações. A Chevron vai emitir papéis cotados em $171. Sob os termos do acordo, os acionistas da Hess receberão 1,0250 ações da Chevron para cada ação da Hess. O valor total da empresa, incluindo a dívida, da transação é de $60 bilhões.”

A expectativa é que a compra tenha sinergias de US$ 1 bilhão. O acordo prevê que John Hess passe a integrar o Conselho de Administração da Chevron.

A aquisição também vai reforçar o caixa da Chevron.  Após o fechamento, a Chevron pretende aumentar as recompras de ações em $2,5 bilhões para o limite superior de sua faixa de orientação de $20 bilhões por ano.

“Essa combinação posiciona a Chevron para fortalecer nosso desempenho de longo prazo e aprimorar ainda mais nosso portfólio vantajoso, adicionando ativos de classe mundial”, disse Mike Wirth, presidente e CEO da Chevron em comunicado divulgado pela empresa. “Importante, nossas duas empresas têm valores e culturas semelhantes, com foco em operar com segurança e integridade, atrair e desenvolver as melhores pessoas, fazer contribuições positivas para nossas comunidades e oferecer retornos mais altos e menor carbono.”

“Com base em nosso histórico de transações bem-sucedidas, a adição da Hess deverá estender ainda mais o crescimento do fluxo de caixa livre da Chevron”, disse Pierre Breber, CFO da Chevron, em nota. “Com maior confiança na geração de caixa projetada a longo prazo, a Chevron pretende devolver mais caixa aos acionistas com maior crescimento do dividendo por ação e maiores recompras de ações.”

Cobrimos por aqui:

“Esta combinação estratégica reúne duas empresas fortes para criar uma empresa integrada de energia de primeira linha”, disse o CEO John Hess, em comunicado.

“Estou orgulhoso de nossas pessoas e do que alcançamos como empresa, que possui um dos melhores portfólios de crescimento da indústria, incluindo a Guiana, a maior descoberta de petróleo do mundo nos últimos 10 anos, e o xisto Bakken, onde somos um dos principais produtores de petróleo e gás. A Chevron tem um portfólio diversificado de ativos de classe mundial e um dos balanços patrimoniais mais fortes e perfis de retorno de caixa da indústria. Acredito que nossa combinação estratégica cria uma empresa que é mais forte em todos os aspectos, com a liderança, o portfólio de ativos e os recursos financeiros para nos liderar através da transição energética e oferecer valor significativo aos acionistas por muitos anos.”

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