A British Petroleum (bp) anunciou a compra dos 50% de participação de sua joint venture de biocombustíveis no Brasil, a Bunge Bioenergia. A partir da conclusão do negócio, a petroleira britânica terá o controle total do negócio sucroalcooleiro da empresa, que é a segunda maior processadora de cana-de-açúcar no Brasil, atrás apenas da Raízen. A previsão é que o negócio seja concluído no último trimestre de 2024.
O valor da participação a ser adquirida é de US$ 1,4 bilhões, incluindo uma dívida líquida de US$ 500 milhões e R$ 700 milhões em obrigações de arrendamento. De acordo com a bp, a aquisição inclui metas de capex de US$ 16 bilhões por ano em 2024 e 2025.
Este é o segundo e último evento de monetização da propriedade da Bunge no negócio e espera-se que essa transação gere receitas próximas a US$ 800 milhões, dependendo do momento do fechamento e dos ajustes habituais. O fechamento da transação está sujeito às condições habituais, incluindo a obtenção das aprovações regulatórias necessárias.
Após a conclusão, a bp terá capacidade para produzir cerca de 50 mil barris por dia de etanol a partir da cana-de-açúcar nas unidades da bp Bunge Bioenergia em cinco estados brasileiros. A empresa opera com um modelo de negócio integrado que cobre toda a cadeia de produção até a venda de etanol e açúcar.
A companhia britânica acredita que a compra oferecerá potencial para desbloquear novas oportunidades de crescimento na região e para desenvolver outras plataformas para bioenergia, como etanol de segunda geração, combustível sustentável de aviação (SAF) e biogás.
A vice-presidente executiva de Clientes e Produtos da bp, Emma Delaney, disse ao site institucional da companhia que está ansiosa para continuar crescendo no Brasil. “”A bp Bunge Bioenergia é amplamente reconhecida como líder na indústria. Estou entusiasmada com a oportunidade de a bp agora agregar mais valor a partir de nossas capacidades de comercialização e tecnologia”.
CEO da Bunge, Greg Heckman, comentou que o negócio sucroenergético não é essencial para a estratégia da Bunge e que a transação permitirá investir nos negócios principais da empresa e fortalecer o balanço patrimonial. “A bp tem sido uma parceira valiosa para a Bunge, e desejamos a ela e à equipe sucesso contínuo”, frisou.
O J.P. Morgan está atuando como consultor financeiro exclusivo da Bunge, e o Tauil & Chequer Advogados, associado ao Mayer Brown, está atuando como consultor jurídico.