Biocombustíveis

Cocal certifica biometano para emitir créditos de descarbonização

Localizada no município de Narandiba (SP) a planta tem capacidade de produzir até 25 mil m³/dia a partir de resíduos de cana e agrosilvopastoris

Biometano da Cocal recebe certificação para emitir créditos de descarbonização. Na imagem: Vista da planta de biogás da Cocal em Narandiba (Foto: Divulgação)
A Cocal é a primeira empresa a obter o certificado do RenovaBio para biometano oriundo de resíduos agrosilvopastoris (Foto: Divulgação)

BRASÍLIA — A planta de biogás da Cocal, empresa do setor sucroenergético do oeste do estado de São Paulo, poderá emitir créditos de descarbonização (CBIOs) do RenovaBio com a sua produção de biometano a partir do processamento de resíduos da cana-de-açúcar e de atividades agrossilvopastoris.

Localizada no município de Narandiba (SP) a planta tem capacidade de produzir até 25 mil m³/dia de biometano.

A Cocal é a primeira empresa a obter o certificado para o produto oriundo de resíduos agrosilvopastoris. O biocombustível é resultado da purificação do biogás e sua molécula é idêntica ao gás natural de petróleo.

A certificação para emitir os créditos começou em fevereiro. A empresa Benri foi contratada para a auditoria externa que analisou a sustentabilidade do processo de produção da Cocal. O certificado precisa ser renovado anualmente.

“É um marco para a Cocal e buscaremos sempre a melhoria em processos da nossa usina. Vamos nos tornar cada vez mais sustentáveis e, com isso, reforçar nossa nota de eficiência energética ambiental, trazendo resultados para a nossa companhia”, disse Felipe Kurihara, analista de novos produtos da Cocal, que acompanhou o processo de certificação.

O que é CBIO

CBIO é um crédito de descarbonização de compra obrigatória pelas distribuidoras de combustíveis. O rateio é proporcional à venda de derivados de petróleo.

A emissão dos CBIOs, por sua vez, é feita por produtores de combustíveis renováveis, como etanol (a principal fonte), biodiesel e biometano.

É um dos pilares do RenovaBio, programa de descarbonização do setor brasileiro de transportes. Pela metodologia do programa, cada CBIO corresponde a 1 tonelada equivalente de carbono.

Em 2023, as distribuidoras deverão comprar 37,5 milhões de CBIOs para cumprir a meta anual. Elas precisam reter o crédito de descarbonização no fim dos ciclos anuais para comprovação das metas, etapa chamada de aposentadoria.

Antes disso, os CBIOs podem ser negociados no mercado de balcão da B3 e comprados por outros investidores, sem obrigação de descarbonização dentro do RenovaBio.