BRASÍLIA — A geradora de energia renovável AES Brasil e a Unipar inauguraram na terça-feira (3/10), na Bahia, o primeiro complexo eólico do Brasil a ter operação e manutenção realizadas localmente por uma equipe formada somente por mulheres.
O complexo eólico Tucano leva o nome de um dos municípios baianos onde está localizado. Os parques também abrangem as cidades de Biritinga e Araci (área de influência direta do empreendimento).
Com 52 aerogeradores entrando em operação, a capacidade instalada do empreendimento soma 322 MW.
A AES calcula que o complexo contribuirá, ainda, para evitar a emissão anual de 57,6 mil toneladas de gases de efeito estufa (GEE).
“O Complexo Eólico Tucano é um projeto importante por inúmeras razões. Além de contribuir para a transição energética e ser pioneiro no Brasil, com um time de Operação & Manutenção composto apenas por mulheres, é o primeiro projeto eólico construído pela AES Brasil no país e, com isso, materializa nossa estratégia de crescimento com nossas credenciais para execuções desse tipo”, destaca Rogério Jorge, CEO da AES Brasil.
Parte das colaboradoras que operam o parque foi capacitada em um curso oferecido gratuitamente em parceria com o Senai da Bahia, exclusivo para formação feminina no setor energético. Ao todo, 28 alunas foram formadas no ano passado.
Redução de emissões e custos
Com investimentos de R$ 1,5 bilhão, Tucano fornecerá eletricidade renovável para a Unipar e comercializará uma parte no mercado livre.
Unipar e AES firmaram uma joint venture para geração de 155 MW de energia renovável, para garantir o fornecimento à Unipar por um período de 20 anos, de 2023 até 2043.
A fabricante de cloro e PVC pretende obter 100% de toda a demanda de energia elétrica das operações no Brasil atendidas por fontes renováveis até 2025. Contratos de autoprodução como o da Bahia devem responder por 80% do consumo.
Do total de energia elétrica gerada pelo complexo Tucano, a Unipar contratou 60 MW médios para alimentar as unidades no Brasil.
Segundo Mauricio Russomanno, CEO da Unipar, além de reduzir emissões, a empresa calcula que terá uma economia nos custos de produção.
“Contribuirá para nossa competitividade no setor, uma vez que a energia elétrica representa aproximadamente 50% dos custos da produção de cloro/soda”, afirma.