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3R Petroleum e PetroReconcavo assinam memorando de entendimento para compartilhamento de infraestrutura

Acordo visa compartilhar infraestrutura de gás, enquanto 3R avança na fusão com Enauta para criar gigante independente de O&G

3R Petroleum e PetroReconcavo assinam memorando de entendimento para compartilhamento de infraestrutura de gás natural na Bacia Potiguar. Na imagem: Trabalhador da 3R Petroleum em frente a cavalo de pau, para exploração terrestre de petróleo (Foto: Divulgação)
Bomba cavalo de pau para produção onshore da 3R Petroleum (Foto: Divulgação)

RIO – A 3R Petroleum assinou um memorando de entendimento com a PetroReconcavo para avaliar o compartilhamento da infraestrutura de escoamento, compressão, medição e processamento de gás natural na Bacia Potiguar, com um período de exclusividade de 90 dias.

Em comunicado ao mercado, a 3R reforçou que a iniciativa está em linha com a estratégia de gestão de portfólio e parcerias da companhia e em linha com as melhores práticas de governança corporativa e em estrita conformidade com a legislação em vigor.

Em maio, o presidente da 3R, Matheus Dias, afirmou que a companhia está aberta a discutir com a PetroReconcavo uma eventual parceria na UPGN de Guamaré.

“Isso [parceria] é algo que devemos endereçar nos próximos meses, independente de qualquer fusão, eventual M&A que possa ser feito da 3R com terceiros. Entendemos que há uma sinergia completa com a PetroReconcavo. Aparentemente ambos os lados estão abertos a discutir”, comentou Dias, em maio, durante teleconferência com analistas e investidores.

Fusão com a Enauta

A Superintendência-Geral do Cade aprovou sem restrições, na última quinta (4/7), a incorporação da Enauta pela 3R. O aval do órgão antitruste é a última etapa para conclusão da operação, que pretende criar uma das maiores empresas independentes de óleo e gás com sede na América Latina.

Com a combinação das ações, a Enauta será uma subsidiária integral da 3R. O negócio envolve a incorporação de ações da Maha Holding e da 3R Offshore.

As integrações não representam riscos concorrenciais, segundo o Cade. “Considerando que as estimativas de market share conjunto das Requerentes em todos os mercados horizontalmente sobrepostos e verticalmente integrados situam-se abaixo de 20% e 30%, respectivamente, conclui-se que a operação não possui o condão de acarretar prejuízos ao ambiente concorrencial”.

Em maio, ao aprovar o negócio, as empresas anunciaram que Décio Oddone, hoje na Enauta, será o presidente da nova empresa. Em recente entrevista à agência epbr, o executivo destacou o potencial de ganhos de escala e desenvolvimento de novos negócios nas áreas de gás e energia.

Investimentos

A 3R Petroleum adquiriu ativos onshore e offshore da Petrobras nas bacias de Campos, Espírito Santo, Potiguar e Recôncavo. Foi a empresa que mais comprou ativos da estatal, tendo ficado com nove polos produtores. As áreas possuem 515 milhões de barris de óleo equivalente em reservas certificadas classificadas como 2P (provadas e prováveis).

No mar, a empresa adquiriu os campos de Papa-Terra, de óleo pesado na Bacia de Campos, e o campo de gás não associado de Peroá, na parte offshore da Bacia do Espírito Santo.

Em terra, a 3R Petroleum planeja investir US$ 200 milhões ao longo do ciclo de vida dos campos do Polo Macau – conjunto de ativos comprados da Petrobras também na Bacia Potiguar, Rio Grande do Norte.