Mais de 100 empresas brasileiras, além de municípios e estados, firmaram nesta nesta quarta (4) o compromisso Race to Zero da ONU para estabelecer metas de desacarbonizaçao até 2050.
Evento promovido pela Embaixada Britânica nesta manhã foi um aquecimento para COP26 — Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas — marcada para novembro, em Glasgow, na Escócia.
A expectativa é que a conferência seja a mais relevante em soluções para o clima desde o Acordo de Paris, em 2015.
“Vocês são meus heróis do clima”, disse Alok Sharma, presidente da COP26, a empresários, governadores e prefeitos presentes no evento.
Além das empresas, 12 cidades e quatros estados assinaram o compromisso Race to Zero no Brasil. Segundo Sharma, juntos, esses atores respondem por cerca de 50% de todas as emissões no país.
Para o representante das Nações Unidas (ONU), Gonzalo Munoz, o combate às mudanças climáticas exige um uma ação imediata e o papel de organizações e empresas será essencial.
“Compromissos vazios para 2050 já não servem”, afirmou.
A presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, entregou ao presidente da COP26 uma carta com o pedido de 80 empresas por uma maior ambição das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) que serão apresentadas pelo governo brasileiro na conferência em novembro.
A inciativa também propõe uma mobilização empresarial para adoção de políticas corporativas concretas, como preço interno de carbono e metas de neutralização das emissões.
Um dos principais pontos de discussão da COP26 será justamente a regulamentação e implementação do Artigo 6 do Acordo de Paris, que prevê a criação de um mercado voluntário global de créditos de carbono.
[sc name=”adrotate” ]
Compromissos climáticos
Cristiano Teixeira, CEO da Klabin – uma das empresas signatárias da Race to Zero –, destacou a importância de compromissos acompanhados de ações.
A companhia, que já é carbono negativo, é a única empresa brasileira participante do grupo de líderes da COP26.
“Em 10 anos vamos sequestrar 45 milhões de toneladas de CO2 equivalente da atmosfera”, disse.
Para Renato Franklin, CEO da Movida, esta é a década da ação.
“Estamos alinhados com as iniciativas globais como as ODS. Estamos trabalhando na redução das nossas emissões, com a eletrificação da frota, e com a compensação”, explicou.
A vice-presidente global de relações institucionais e sustentabilidade da BRF, Grazielle Parenti, destacou a importância de envolver todos os atores da cadeia produtiva da companhia para o alcance das metas de descarbonização assumidas.
“Queremos reduzir até 2030, 35% das emissões diretas e de energia elétrica, que são os escopos 1 e 2, e 12,3% das nossas emissões indiretas, escopo 3”, ressaltou.
O CEO da EDP Brasil, João marques da Cruz, destacou eficiência energética das redes e energia solar como as apostas para da empresa para cumprir suas metas de transição.
“Sem redes robustas de transmissão e distribuição não se pode fazer uma transição energética”, explicou.
“Queremos passar de 50 megawatts de energia solar no Brasil para 1 gigawatt nos próximos quatro anos”.
[sc name=”news-transicao” ]