Transição energética

Embraer entra para fundo de combustível sustentável da United Airlines

Iniciativa investe em startups para alavancar oferta de SAF

Net zero da aviação pode atrasar cinco anos, indica pesquisa da GE Aerospace. Na imagem: Avião voando ao anoitecer com uma série de postes sinalizadores, à esquerda (Foto: Pixabay)
Responsável por 2% das emissões globais de gases de efeito estufa, o transporte aéreo está no grupo de setores considerados mais difíceis de descarbonizar (Foto: Pixabay)

BRASÍLIA — A Embraer anunciou na última semana que se juntará ao United Airlines Ventures (UAV) Sustainable Flight Fund, um fundo de investimentos focado em expandir o fornecimento de combustíveis sustentáveis para aviação (SAF, na sigla em inglês) por meio do investimento em startups.

Lançado em fevereiro de 2023, o fundo conta com 22 empresas parceiras de diversos setores e mais de US$ 200 milhões em capital para investir na descarbonização das viagens aéreas.

“Em um esforço colaborativo conjunto com nossos parceiros, podemos acelerar a produção em larga escala de SAF conforme a indústria da aviação avança em direção ao objetivo de emissões líquidas zero até 2050”, comentou Leonardo Garnica, chefe de inovação corporativa da Embraer. 

Com meta de chegar a 2050 com emissões líquidas zero, a indústria precisará investir algo em torno de US$ 5 trilhões até meados do século, estima a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, em inglês).

Isso significa quase US$ 178,6 bilhões por ano entre 2023 e 2050, boa parte destinada a tecnologias capazes de reduzir drasticamente a contribuição do setor para o aumento da temperatura global – hoje, a aviação civil emite 2% dos gases de efeito estufa que são lançados na atmosfera.

As alternativas variam desde tecnologias de aeronaves até novos modelos de abastecimento, como combustível sustentável de aviação, hidrogênio ou baterias, passando por infraestruturas aeroportuárias e melhorias operacionais.

A oferta de SAF, no entanto ainda está muito aquém do que a indústria precisa. Estimativas da Iata indicam que a produção deve triplicar dos 600 milhões de litros fornecidos em 2023 para 1,8 bilhão de litros em 2024. Em 2023, os operadores compraram cada gota produzida.