O setor de biogás brasileiro apresentou crescimento de 27% em 2020, e escapou da crise que afetou diversos setores da economia por conta da pandemia de covid-19. Ao todo, 69 novas usinas passaram a operar no ano passado.
De acordo com Gabriel Kropsch, vice-presidente da ABiogás (Associação Brasileira do Biogás), o gás renovável é uma realidade não só em termos técnicos, mas também em relevância.
“Estamos falando de um potencial de substituição de até 70% de todo o consumo de óleo diesel do Brasil. O biogás gera ainda uma economia entre 20% e 30%, quase R$ 1 por litro equivalente de diesel”, afirma.
Por ser produzido a partir de resíduos agroindustriais ou urbanos (lixo residencial e até esgoto) e próximo aos centros de consumo, o combustível permite uma economia também na cadeia logística de distribuição.
[sc name=”adrotate” ]
Já no quesito sustentabilidade, a redução de emissões de CO2 pode chegar a 96% na substituição do combustível fóssil, explica Gabriel Kropsch.
Além disso, o aproveitamento do resíduo evita a emissão de metano causada pela degradação da matéria orgânica em um lixão a céu aberto.
“Em média, 50% do volume do lixo gerado nas residências brasileiras é orgânico, fração que poderia ser aproveitada para geração de biogás”, completa.
Entretanto, o setor ainda enfrenta dificuldades para viabilizar o uso do biometano — combustível produzido a partir do biogás — no transporte em larga escala.
Para Gabriel Kropsch, o principal gargalo hoje é a maneira como os contratos de concessão das linhas de transporte urbano são feitos.
“Se a empresa de transporte fizer um investimento em um veículo mais moderno e eficiente, e portanto mais caro, ela fará do bolso dela. Não há incentivo. Mas se ela tem uma economia de combustível, como seria o caso com biogás, essa economia não vai para o bolso dela. Ela terá que repassar para o preço da passagem. Ou seja, ela tem o custo do investimento, mas não tem o retorno dele”, explica.
[sc name=”newsletter” ]