RECIFE — A cidade de Alqueva, no sul de Portugal, conta agora com uma usina solar flutuante. O projeto da empresa EDP recebeu um investimento total de seis milhões de euros e funciona a partir do formato de hibridização, que permite a combinação de energia solar por meio da instalação na hidrelétrica da barragem de Alqueva.
A plataforma que suporta os painéis solares é feita a partir do plástico reciclado combinado com compósitos de cortiça e tem capacidade para reduzir o peso da plataforma em 15%, além de possibilitar a diminuição da produção de CO₂ do projeto em cerca de 30%.
Foram instalados 12.000 painéis fotovoltaicos, com potência de 5 MW e capacidade para produzir cerca de 7,5 GWh por ano, o equivalente ao consumo de cerca de 30% das famílias da região. A plataforma, que ocupa uma área de quatro hectares, foi inaugurada na sexta-feira (15/7).
Esse é o segundo parque solar flutuante construído em Portugal, após o projeto piloto da EDP na barragem de Alto Rabagão.
A solução, que está sendo testada pela primeira vez, é resultado de uma parceria com a Corticeira Amorim e pela empresa espanhola Isigenere, responsável pela fabricação do flutuador.
Também está prevista a instalação de um sistema de baterias, com potência nominal de 1 MW e capacidade de armazenamento de cerca de 2MWh. As tecnologias usarão um único ponto de conexão para a rede existente, promovendo a otimização e eficiência dos ativos, reduzindo os impactos ambientais.
Os projetos fazem parte do plano da EDP de investir em inovação e tecnologias renováveis 100% verdes até 2030.
“A tecnologia solar flutuante, na qual a EDP é pioneira global, é um avanço notável na expansão das renováveis e na aceleração do processo de descarbonização”, comentou Miguel Stilwell d’Andrade, CEO da EDP Renováveis.
Segundo d’Andrade, a estratégia de hibridização, combinando água, sol, vento e armazenamento, é o caminho dos investimentos do grupo em energia.
“Alqueva é, hoje, um exemplo de inovação e sustentabilidade que, em breve, reforçaremos com o novo projeto conquistado no primeiro leilão solar flutuante em Portugal”, afirmou.
Parceria em 60 parques solares até o fim de 2023
Recentemente, a EDP anunciou uma parceria global para instalar até 100MWp de energia solar em unidades da Faurecia, empresa do grupo Forvia, na Europa, Ásia e Estados Unidos.
A expectativa é instalar, até o fim de 2023, mais de 60 parques solares de autoconsumo nas fábricas da multinacional em Portugal, Espanha, Itália, Estados Unidos, China, Coreia do Sul, Japão e Tailândia.
Os parques devem somar até 200 mil painéis solares, no modelo de Energy as a Service (EaaS) — onde o consumidor paga por um serviço de energia sem precisar investir em infraestrutura.
O projeto é o maior empreendimento da EDP quando se trata de energia solar distribuída, e o primeiro a ser instalado com o mesmo parceiro em diferentes continentes de forma simultânea.