BRASÍLIA – EDF Renewables Brasil e governo do Ceará assinaram, na quarta-feira (16/8), um Memorando de Entendimentos (MoU, na sigla em inglês) para cooperação na cadeia produtiva da indústria de hidrogênio verde. O grupo EDF tem ambição de atingir 3 GW de eletrolisadores instalados mundialmente até 2030.
A partir do acordo, a companhia planeja desenvolver estudos e analisar a construção de uma planta de produção de hidrogênio verde possibilitando, inclusive, uma aproximação com universidades locais.
O Ceará já possui 32 memorandos de entendimento com empresas interessadas em integrar o hub de hidrogênio verde no Porto de Pecém. Segundo o estado, os projetos representam investimentos de US$ 29,7 bilhões.
No Pecém, o foco é a produção a partir da eletrólise, que utiliza eletricidade renovável para separar as moléculas de H2 da água. Uma parte dos projetos em estudo no porto combinam investimentos em eólicas offshore.
No caso da EDF, o memorando com o Ceará é o segundo acordo de intenções da empresa relacionado a hidrogênio verde no Brasil. Em maio, a companhia firmou um MoU com o governo do Rio Grande do Norte para cooperação em projetos de geração de energia eólica offshore e produção de hidrogênio verde no estado.
O plano é desenvolver, construir e operar um complexo eólico em alto mar, no litoral do RN, com capacidade estimada de até 2 GW e previsão de início das atividades em 2030.
Mundialmente, o grupo já tem mais de 1 GW em operação e outros 10 GW em construção e desenvolvimento no segmento offshore ao redor do mundo.
Com uma carteira de 1,7 GW de geração eólica onshore e solar no Brasil, incluídos projetos em operação, em construção ou autorizados, a empresa mira agora projetos híbridos que combinem eólicas offshore e hidrogênio verde (H2V) no país.
À espera de definições regulatórias
Em entrevista à agência epbr em meados de maio, Raíssa Cafure Lafranque, vice-presidente da EDF Renewables Brasil, conta que a empresa vem se preparando desde 2021 para ingressar no mercado eólico offshore do Brasil.
A companhia aguarda as definições regulatórias e o primeiro leilão de oferta de áreas, e diz estar pronta para fazer parte dos primeiros projetos e também para fornecer eletricidade renovável às futuras instalações de hidrogênio verde.
“Ainda não temos uma regulação estabelecida, nem para offshore, que precisa de uma regulação local, nem para hidrogênio verde, que precisa não só de uma política local, mas também de uma clareza maior da regulação internacional”, comenta a executiva.