Biocombustíveis

Do etanol à solar, petroleiras travam corrida por energias renováveis no Brasil; veja quem é quem

Enquanto Petrobras estrutura plano para transição energética, bp, Equinor, Galp, Shell e TotalEnergies largam na frente e montam carteira de projetos

Do etanol à geração solar, petroleiras investem em projetos de energias renováveis no Brasil. Na imagem: Cavalos-de-pau para exploração onshore de petróleo e turbina eólica (Foto: Wiki Commons)
Segundo Tolmasquim, a Petrobras já possui diversos acordos que preveem o desenvolvimento de renováveis (Foto: Wiki Commons)

RIO – A recente aquisição da Rio Energy pela Equinor sela a entrada da petroleira norueguesa no mercado eólico brasileiro.

O negócio está longe de ser um investimento isolado. De olho na transição energética e nos compromissos net zero, as petroleiras europeias deixaram de ser figuras presentes apenas nos leilões de petróleo no Brasil e decidiram fincar o pé, nos últimos anos, no mercado de renováveis no país:

O Brasil vem se tornando peça-chave dentro dos esforços de descarbonização da indústria petrolífera – que tem montado, aos poucos, sua carteira de projetos no Brasil: energia solar, biocombustíveis, eólicas – incluindo offshore – e hidrogênio verde estão no radar.

Europeias tomam dianteira

A investida se dá em meio à pressão de investidores por uma agenda ESG (responsabilidade ambiental, social e de governança, na sigla em inglês), mas é também um reposicionamento estratégico: a diversificação dos negócios acontece diante das perspectivas de declínio do consumo de petróleo – a ser puxado, sobretudo, pela retração do uso de combustíveis fósseis no transporte.

E, embora algumas empresas deem sinais de desaceleração dos planos de transição energética, a investida das petroleiras no mercado brasileiro de renováveis é uma tendência inequívoca.

No caso das eólicas offshore, as companhias aguardam avanços na regulamentação, mas correm para licenciar seus projetos em alguns pontos estratégicos, como o litoral do Sudeste.

As europeias tomaram a dianteira, inclusive, da Petrobras – que nas gestões passadas apostou em soluções de descarbonização dentro da própria indústria de óleo e gás, sem um olhar mais focado em renováveis.

Crítica do caminho tomado nos últimos anos pela estatal brasileira, a atual administração de Jean Paul Prates está mudando sua rota e tem buscado se aproximar justamente de algumas das grandes petroleiras globais para também fincar o pé nas energias limpas.

Em junho, o diretor de Transição Energética da Petrobras, Maurício Tolmasquim, afirmou que a companhia já possui diversos acordos de confidencialidade (NDAs) e memorandos de entendimento (MOUs) assinados com empresas para desenvolvimento de projetos de renováveis, dentre os quais:

Planos das petroleiras passam por parcerias estratégicas

Ainda sem uma expertise desenvolvida na área de renováveis, as petroleiras focam em parcerias estratégicas em seus planos de diversificação.

Assim foi com a bp, que formou uma joint venture com a Bunge em etanol e com a Lightsource para investimentos em solar. Já a TotalEnergies se aliou à Casa dos Ventos, enquanto a Shell avalia investimento conjunto com a Eletrobras em eólicas offshore.

Outro caminho tem sido as aquisições de empresas locais de mercados selecionados, aproveitando as equipes técnicas e o portfólio de projetos.

Foi o caminho escolhido pela Equinor nas eólicas, com a compra da Rio Energy, mas não só: a Galp comprou uma carteira robusta de projetos de eólicas e solar da SER Energia e Casa dos Ventos; e a Shell comprou a Carbonext, com foco no mercado de créditos de carbono.

Veja a cronologia de entrada das petroleiras em projetos de geração renovável e bioenergiaLinha do tempo da entrada de petroleiras em projetos de geração renovável e bioenergia