Energia

Distribuidoras enviam eletricistas e equipamentos para Rio Grande do Sul 

Cerca de 450 mil unidades ainda estão sem energia em 162 municípios no estado 

Alexandre Silveira participa de reunião do comitê de gerenciamento de crises com distribuidoras de energia, em 7/5/2024 (Foto: Ricardo Botelho/MME)
Alexandre Silveira participa de reunião do comitê de gerenciamento de crises com distribuidoras de energia, em 7 de maio de 2024 (Foto: Ricardo Botelho/MME)

Distribuidoras de energia de outras regiões do país estão mobilizando eletricistas e equipamentos para reparos em redes avariadas no Rio Grande do Sul, informou o Ministério de Minas e Energia (MME).

O ministro Alexandre Silveira (PSD) se reuniu, na terça (7/5), no comitê de gerenciamento de crises, com representantes das distribuidoras de energia elétrica.

O comitê foi instituído em 2023 pela Portaria nº 61/GM/MME, no início do governo Lula, após os ataques às redes de transmissão de energia, investigados à época na CPI que tratou dos movimentos golpistas.

Alexandre Silveira também mencionou a necessidade de definir estratégias legais para diminuir os impactos tarifários sobre as famílias atingidas e para acelerar a recuperação dos sistemas de distribuição, com o objetivo de reduzir os efeitos econômicos da crise.

O número de municípios afetados subiu para 414, segundo informações oficiais do estado e prefeituras gaúchas, atualizadas na manhã de hoje (8).

Segundo o MME, aproximadamente 20 mil famílias tiveram o abastecimento de energia restabelecido no estado, mas 450 mil unidades ainda estão desabastecidas em 162 municípios, onde persistem as restrições de segurança ou acesso.

Esse número havia alcançado um pico de 560 mil interrupções no final de semana.

A estratégia inclui o apoio de 500 eletricistas vindos de outros estados, que se somarão às equipes locais, que também terão suporte logístico das Forças Armadas, enquanto mais de 4.000 empregados das distribuidoras estão engajados em turnos contínuos.

Além disso, concessionárias de diversas partes do país fornecerão equipamentos vitais para substituir a infraestrutura avariada nas cidades.

A Aneel também pretende ajustar os mecanismos de eficiência energética para a entrega de geladeiras, lâmpadas e chuveiros elétricos a famílias mais vulneráveis.

O setor de distribuição já conta com a gestão de recursos levantados por meio das tarifas de energia e destinados ao fornecimento de eletrodomésticos mais eficientes.

Adicionalmente, a Petrobras comprometeu-se a doar cerca de R$ 5,6 milhões para auxiliar as vítimas das inundações. Os recursos serão destinados ao Movimento União BR, por meio do Instituto da Criança, para aquisição de itens de primeira necessidade, como cestas básicas e eletrodomésticos, segundo a estatal.

Refinaria segue fornecendo gás de cozinha

A Petrobras informou que a refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, reduziu a produção de gás liquefeito de petróleo (GLP), mas não há risco de interrupção do fornecimento na unidade; a interrupção se deu por acúmulo de estoques.

“Em virtude do alto volume de estoque de GLP na refinaria, consequência da baixa retirada das companhias engarrafadoras, uma das unidades de processamento foi temporariamente parada e será retomada assim que aumentar a saída do produto”.

Desde o fim de semana, quando as chuvas se intensificaram no Rio Grande do Sul, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) adotou medidas excepcionais para flexibilizar as regras de abastecimento de combustíveis até o final de maio.

Segundo as autoridades que acompanham a situação do abastecimento, o problema é de acesso às cidades, em razão dos bloqueios nas estradas e da destruição nas cidades. A chuva reduziu desde ontem, mas há previsão de que volte a chover ao longo da semana.