Após 77 dias sem alterar os preços do óleo diesel entregue nas refinarias, a Petrobras vai reajustar o combustível em 8,1%, nesta quarta (12). O litro do diesel entregue pelas refinarias da companhia sobe de R$ 3,34 para R$ 3,61, alta de 27 centavos.
A gasolina vai ficar 4,9% mais cara, com aumento de 15 centavos por litro, de R$ 3,09 para R$ 3,24.
“Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, diz a empresa.
No sábado (8), o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna afirmou que a companhia “não pode fazer política pública” e reforçou em entrevista a O Estado de S. Paulo que o preço dos combustível é regulado pelo mercado.
“Ainda há pessoas que consideram, por desinformação ou outro motivo, que a Petrobras deva ser responsável pela redução de preço. Ela não tem condições de fazer isso”, disse o executivo, há 9 meses no cargo.
As ações da companhia registram ganhos na B3. As ações ON (PETR3) sobem 4,39% e as PN (PETR4) têm alta de 3,71%, às 15h40 desta terça (11). O Ibovespa sobe 1,53%.
A Petrobras havia reduzido os preços da gasolina em dez centavos (-3%) em 15 de dezembro. Os preços do diesel estão inalterados desde 26 de outubro de 2021.
Em dezembro, a Acelen acompanhou e reduziu os preços da gasolina entregue pela Refinaria de Mataripe, na Bahia. A empresa foi criada pelo fundo Mubadala para assumir a operação da antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), comprada da Petrobras.
Até o momento, segundo a publicação obrigatória de preços, os preços vigentes em Mataripe são os mesmos de 1º de janeiro de 2022, de R$ 3,297 pelo litro da gasolina A.
Para o diesel, são R$ 3,423 pelo S500 e R$ 3,458 pelo S10, na média dos pontos de entrega, na modalidade Ex-Ponto “A” (entrega na refinaria).
Os preços do petróleo voltaram a subir no início de 2022, atingindo a máxima de US$ 83,93 por barril de referência do óleo Brent no mercado futuro, nesta terça (11). Em 2 de dezembro, o Brent chegou a US$ 65,72 — valorizou quase 30% desde então.
Em relação ao período em que o preço do diesel ficou inalterado, o Brent ainda registra uma desvalorização de pouco mais de 2%. No mesmo período, o câmbio oscilou entre R$ 5,39 e R$ 5,76, com média de R$ 5,61.
Em 2021, com estímulos para a retomada econômica durante a pandemia e choques de oferta e demanda, o Brent valorizou 50%. No Brasil, a acentuada desvalorização do real representou uma alta de 7,5% do dólar.
No varejo, os combustíveis haviam iniciado o ano em queda. A gasolina comum, com 27% de etanol anidro na mistura, era vendida a R$ 6,67 na média nacional, queda semanal de 1,1%, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
No diesel B10 (10% biodiesel), a média foi de R$ 5,347 por litro, praticamente estável (-0,22%) em relação à semana anterior.
Inflação de dois dígitos em 2021
No acumulado de 2021, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 10,06%, a maior inflação desde 2015. O indicador foi publicado nesta terça (11), pelo IBGE.
O ano foi marcado pela escalada do dólar, dos preços dos combustíveis, da energia elétrica — parcialmente contidos, com medidas que jogaram a despesa da crise hídrica para frente –, além de eventos climáticos extremos, que inflacionaram ainda mais os alimentos.
Com isso, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deverá publicar uma carta justificando o rompimento da meta de inflação de 3,75%, com tolerância de 1,5 ponto, chegando ao teto de 5,25%.
Com informações do G1 e do Estado de S. Paulo