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Diálogos da Transição
APRESENTADA POR
Editada por Nayara Machado
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A série de debates dos Diálogos da Transição está de volta, de 29/8 a 2/9
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A área de alertas de desmatamento na Amazônia em julho atingiu 1.487 km², um empate técnico em relação a julho do ano passado (1.498 km²), mostram os dados do Deter-B, o sistema de detecção de desmatamento em tempo real do Inpe, divulgados nesta sexta-feira (12/8).
A área destruída em um mês é equivalente à cidade de São Paulo (1.500 km²).
“Como a medição do desmatamento é feita de agosto de um ano a julho do ano seguinte, já é possível estimar a área acumulada de alertas na Amazônia em 2022: 8.590 km², a terceira mais alta da série histórica iniciada em 2015 (todas ocorreram no regime Bolsonaro)”, alerta o Observatório do Clima (OC).
Segundo a organização, isso deve refletir em uma taxa oficial de desmatamento acima dos 10.000 km² pelo quarto ano consecutivo.
Os dados finais vêm de um outro sistema do Inpe, o Prodes. Ele é mais preciso que o Deter, mas as estimativas são divulgadas apenas no final do ano.
No ano passado, os alertas do Deter de 8.780 km² corresponderam a uma taxa oficial de desmatamento de 13.038 km².
O que significa, diz o OC, que ainda não é possível descartar uma inédita quarta elevação seguida na destruição da Amazônia.
“É mais um número que estarrece, mas não surpreende: o desmatamento fora de controle na Amazônia resulta de uma estratégia meticulosa e muito bem implementada de Bolsonaro e seus generais para desmontar a governança socioambiental no Brasil”, afirma Marcio Astrini, secretário executivo do OC. Leia na epbr
Cobrimos por aqui
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Métricas para investimentos alinhados com 1,5ºC
A Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ) abriu para consulta sua proposta de métricas para as instituições financeiras avaliarem até que ponto seus investimentos e empréstimos estão alinhados com uma meta de emissões líquidas zero.
Em junho, a GFANZ já havia colocado seu Plano de Transição Net-zero em consulta. Agora quer impulsionar a adoção de um padrão de métricas comum para instituições financeiras.
A minuta posta em consulta esta semana traz orientações sobre como avaliar empresas que estão alinhadas com um caminho de 1,5°C e aquelas que devem fazer a transição, entre outras.
O grupo foi criado na COP26, em novembro passado, comprometendo US$ 130 trilhões em financiamento privado com metas líquidas zero.
“O crescente escrutínio global dos planos de transição torna a necessidade de ação empresarial sobre o clima cada vez mais urgente”, disse Mary Schapiro, vice-presidente da GFANZ.
Entre as barreiras sinalizadas pelo grupo, está a dificuldade de incorporar as emissões do escopo 3, por falta de divulgações de alta qualidade.
A GFANZ recomenda que qualquer empresa que utilize suas diretrizes inclua essa categoria de emissões em sua análise de portfólio.
“Se as instituições financeiras devem aplicar o capital necessário para inaugurar a transição net-zero, elas precisam de uma maneira de medir se suas atividades de financiamento estão alinhadas com sua ambição”.
A consulta termina em 12 de setembro e o relatório final será divulgado antes da COP27, marcada para novembro em Sharm el-Sheikh, no Egito.
E discurso desalinhado com a prática
Alinhar os negócios é urgente, mas até agora o setor financeiro ficou mais no discurso do que na ação.
Levantamento da Rainforest Action Network (RAN) revela que, desde a assinatura do Acordo do Clima de Paris, no final de 2015, sete bancos desembolsaram pelo menos US$ 22,5 bilhões em empréstimos e outros serviços financeiros para empresas envolvidas em conflitos em florestas da Indonésia, Bacia do Congo e Amazônia.
Enquanto o Rastreador de Políticas de Petróleo e Gás (OGPT, na sigla em inglês) revela que menos da metade das 150 maiores instituições financeiras do mundo implementou políticas de exclusão de petróleo e gás.
Entre aquelas que pertencem à GFANZ, 20 não têm políticas sobre os negócios de petróleo e gás.
Artigo da semana
— Nova Lei do Gás ressignifica conceito de chamada pública A ressignificação do conceito chamada pública promovida pela Nova Lei do Gás simplificou o processo de construção e ampliação de gasodutos de transporte, escrevem Felipe Boechem, com Andre Lemos, Pedro Vargas, Stephani Oliveira e Clara Nogueira.
Para os especialistas, o marco legal forneceu as bases para um ambiente de contratação de capacidade mais líquido e dinâmico, contribuindo assim para a promoção de investimentos em infraestrutura e o desenvolvimento do mercado em geral.
Uma mensagem do Programa PotencializEE:
Veja como o PotencializEE vai ajudar mais de 5.000 indústrias brasileiras a realizarem mais de mil diagnósticos energéticos e apoiar na implementação de 425 projetos, até 2024. Saiba mais