O Gerente Geral da UO-BC, Marco Guerra, falou da venda dos campos de Pargo, Carapeba e Vermelho, conhecidos como Polo Nordeste na Bacia de Campos. Citou as negociações que envolvem a cessão dos polos de Pampo e Enchova, envolvendo ainda, os campos produzidos através da P-08 e da plataforma de tratamento de O&G, P-65, todos localizados em águas rasas.
O campo de Pampo, produzido majoritariamente pela plataforma de PPM-1, foi descoberto em 1977, iniciando sua produção em 1984. Os campos de Enchova, Enchova Oeste e Bonito, que são produzidos pela Plataforma PCE-1, foram descobertos em 1974 e iniciaram sua produção em 1977.
Os campos de Marimbá e Piraúna, que são produzidos pela plataforma de P-08, foram descoberto em 1981 e iniciaram sua produção em 1983. Já a plataforma de P-65 foi convertida para plataforma de tratamento de O&G em 2001, entrando em operação em 2002. Sua principal atividade é tratar do petróleo produzido através das plataformas de PPM-1 e PCE-1. Todas estas concessões foram outorgadas à Petrobras em 1998 na Rodada Zero da ANP.
Com já dito, o sistema de produção daqueles campos, é composto por:
- Pampo: 01 Plataformas tipo jaquetas fixas (PPM-1), e sua produção média hoje está em torno de 11.000 ((bbl/d) )barris de petróleo por dia. O escoamento de óleo da PPM-1 para o Ponto A (Cabiúnas) é feito através do oleoduto de Enchova (PCE-1). O óleo tratado é escoado por um duto de 16″ de diâmetro com extensão de 12 km até o oleoduto de Enchova. Deste ponto em diante o escoamento ocorre de forma compartilhada, onde o óleo oriundo de PPM-1 mistura-se a corrente de óleo proveniente da própria PCE-1.
- Por sua vez, o escoamento de gás é realizado diretamente para Cabiúnas, possuindo, entretanto, um desvio (bifurcação “T1”) que possibilita alinhamento para o MSGA (Manifold Submarino de Gás Alto) que integra a malha de gás de plataformas da área sul.
- – Marimbá e Piraúna: 01 plataforma tipo SS – Semi submersível (P-08), e sua produção média hoje está em torno de 11.200 (bbl/d) barris de petróleo por dia. O óleo produzido é exportado a uma pressão entre 12 e 53 kgf/cm2 através de um riser flexível de 8” com 632m seguido de flowline 10” com 1435m um duto rígido de 12” com 5030m, interligado à plataforma PCE-1 e à plataforma P-65 (através do MIS-PU-03), esta última onde é realizado o tratamento do óleo, seguindo para terra. O gás separado pela P-08 é exportado diretamente para PCE-1, de onde o é escoado para o continente, conforme descrito abaixo em “Enchova”.
- Em passado recente o gás de P-08 era escoado via P-15, todavia com o descomissionamento de P-15, foi lançado novo gasoduto, interligando P-08 diretamente à PCE-1.
- Enchova; Enchova Oeste e Bonito: 01 plataforma tipo jaqueta fixa (PCE-1), e sua produção média hoje está em torno de 11.600 (bbl/d) barris de petróleo por dia, tratados em P-65. O escoamento de óleo da PCE-1 para o Ponto A é feito através de um conjunto de bombas auxiliares e um conjunto de bombas principais de P-65 para o oleoduto de ENCHOVA/PONTO A”.
- O óleo depois de tratado em P-65 é escoado a uma pressão aproximada de 13 kgf/cm² (pressão de projeto 98 kgf/cm²) até a PCE-1, onde é realizada a medição volumétrica e em seguida escoada através de um duto de 24” de diâmetro e 82,2 km de extensão. Na saída do oleoduto PCE-1 /Ponto “A” estão interligados os oleodutos oriundos da P-65 e da Unidade Fixa de Produção PPM-1, com óleo tratado a ser exportado para terra.
- O escoamento de gás é realizado diretamente para Cabiúnas, a um valor médio de pressão de 90 kgf/cm2, através do gasoduto de 18” de diâmetro, com 113,1 km de extensão e pressão de projeto 150 Kgf/cm2, possuindo, entretanto, um desvio (entrocamento) que possibilita alinhamento do MSGA (Manifold Submarino de Gás Alta), que integra a malha de gás de plataformas do Ativo Centro-Sul (P-07, P-08 e P-15).
Todas as áreas fazem parte da Rodada Zero da ANP e têm seu prazo de concessão até o ano de 2025. O complexo processo de escoamento da malha desses campos, os custos de inspeção e manutenção de tal sistema (falei aqui somente do sistema de escoamento), somados a todos os outros sistemas versus a produção atual do sistema, começam a tornar antieconômicas a manutenção do mesmo em operação para a realidade Petrobras. Percebam que duas unidades citadas no processo de escoamento, P-15 e P-07, já estão com suas produções paradas, aguardando tão somente autorização para serem descomissionadas, bem antes, portanto, da do ano de 2025, já causando impactos na região.
Portanto, caso tais concessões não sejam cedidas a outra empresa de menor porte, com custos mais aderentes à produção ora percebida, as plataformas acima, correm risco de serem descomissionadas precocemente e, os reflexos, somados ao descomissionamento de P-07 e P-15, seriam altamente negativos para toda uma cadeia produtiva de Macaé, região e, quiçá, do Brasil, gerando, fatalmente, desempregos em toda esta cadeia.
Neste contexto, a notícia passada a todos pelo GG da UO-BC, de que estes campos estão em avançado estágio de negociação para sua cessão, bem como de seus sistemas produtivos, juntando-se à notícia recente de cessão de outros campos, são um alento para uma região tão carente da atividade de produção de O&G. Certamente a economia irá reagir e, mais ainda, conhecendo as possibilidades dos campos, que tive a oportunidade de gerenciar antes de me aposentar, uma empresa com outra realidade de custos, poderá investir e, garantir produção por algum tempo além do prazo final da concessão.
Adicionalmente, podemos notar que todos os esforços para extensão de vida útil das unidades da Bacia de Campos estão sendo realizados, o que mostra o interesse, tanto da Petrobras, quanto de operadoras interessadas e dos órgãos reguladores. Esta realidade é o que todos queremos, Macaé, região e, o próprio país.
Excelentes notícias, vamos aguardar e ficar atentos, ansiosos e torcer para que as transações sejam frutíferas.
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