Departamento de Energia dos EUA vai investir em pesquisa para reduzir custo do hidrogênio limpo

DOE anunciou US$ 52,5 milhões em financiamento para 31 projetos de hidrogênio limpo

Departamento de Energia dos EUA vai investir em pesquisa para reduzir custo do hidrogênio limpo
Foto: Getty Images

O Departamento de Energia dos Estado Unidos (DOE, em inglês) vai destinar US$ 52,5 milhões em financiamento para 31 projetos voltados ao desenvolvimento de tecnologias de hidrogênio limpo.

Segundo anúncio feito nesta quarta (7), o objetivo é reduzir em 80% o custo do hidrogênio renovável até 2030, como divulgado em abril pela secretária de Energia, Jennifer Granholm, na Cúpula do Clima.

“Parte do nosso caminho para um futuro de zero carbono significa investir em inovação para tornar as fontes de energia limpa, como o hidrogênio, mais acessíveis e amplamente adotadas, para que possamos alcançar nossa meta de emissões líquidas de carbono zero até 2050”, disse a secretária.

“Esses projetos nos colocarão um passo mais perto de desbloquear os avanços científicos necessários para criar uma forte cadeia de suprimentos doméstica e empregos bem remunerados na indústria emergente de hidrogênio limpo”, complementou.

De acordo com o cenário carbono zero traçado pela Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), a demanda de hidrogênio irá passar de 90 milhões de toneladas em 2020 para mais de 200 milhões de toneladas em 2030.

O estudo levou em conta a substituição do hidrogênio usado atualmente, feito a partir de combustíveis fósseis, por hidrogênio de baixo carbono — como o verde, produzido a partir da eletrólise com energia renovável.

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Novas tecnologias, novos empregos

Os projetos financiados pelo DOE se concentrarão no desenvolvimento de tecnologias de produção, armazenamento, distribuição e utilização de hidrogênio, incluindo células de combustível, para descarbonização do setor elétrico até 2035 e redução de 50% das emissões de CO2 dos EUA até 2030.

A inciativa é parte do pacote de US$ 2 trilhões anunciado pelo presidente Joe Biden voltado para transição energética, que inclui a criação de empregos bem remunerados no setor de hidrogênio — integrados ao Plano Americano de Empregos (The American Jobs Plan).

“As tecnologias de hidrogênio de próxima geração, incluindo células de combustível, serão críticas para enfrentar a crise climática e desenvolver novas indústrias aqui em casa”, disse o representante dos EUA Marcy Kaptur.

“Isso ajudará a criar e trazer de volta empregos com boa remuneração, e devemos continuar a inovar e liderar nessas áreas para que nossa nação não fique para trás”, afirmou.

“O hidrogênio limpo é um combustível flexível de baixas emissões com inúmeras aplicações em todos os setores de nossa economia. Será vital atingir as metas de energia limpa, especialmente em alguns dos setores mais difíceis de limpar da economia americana ”, disse o representante dos EUA, Paul D. Tonko.

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Hidrogênio limpo em projetos de larga escala

Em maio, mais de uma dezena de empresas se reuniram em uma força-tarefa, presidida pelo CEO da Shell, Ben van Beurden, para acelerar a implantação do hidrogênio limpo em projetos de larga escala, como estratégia para alcance da neutralidade das emissões globais de gases do efeito estufa.

A ideia é apresentar esse plano de ação antes da Conferência sobre Mudança Climática da ONU (COP26), que vai acontecer em novembro deste ano em Glasgow, na Escócia.

Para isso, a inciativa levará em conta a demanda futura de hidrogênio, possíveis modelos de financiamento e de negócios, aspectos técnicos e legais, além de mapear os recursos necessários para viabilizar esses projetos.

Para o CEO da Shell, há uma oportunidade única para o hidrogênio desempenhar um papel importante na transição energética, sobretudo na eletrificação.

“O movimento está crescendo por trás da visão de um mundo com emissões líquidas zero e das ações necessárias para alcançá-lo (…) A versatilidade do hidrogênio como transportador de energia será crítica para alcançar as partes do sistema que serão difíceis de eletrificar”, afirmou van Beurden.

Além da Shell, a força-tarefa inclui representantes da bp, Siemens Energy, Toyota Motor Europe, Anglo American, Bank of America, Cummins, Fortescue Metals Group, Hydrogen Council, ITM Power, Linde, Macquarie e 8 Rivers Capital, e faz parte da inciativa para desenvolvimento de mercados sustentáveis (SMI –Sustainable Markets Initiative) liderada pelo príncipe de Gales, Charles.

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