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Comperj: Definição na Braskem deve destravar investimentos

A área petroquímica é um dos segmentos nos quais a Petrobras pretende expandir sua atuação, após a mudança de governo.

Definição na Braskem pode destravar investimentos no antigo Comperj; Petrobras mira área petroquímica. Na imagem: Foto aérea de planta do antigo Comperj, que teve as obras paralisadas em 2015, hoje Polo Gaslub, para processamento de gás e produção de lubrificantes (Foto: Cortesia PAC)
Foto aérea de planta do antigo Comperj, que teve as obras paralisadas em 2015, hoje Polo Gaslub, para processamento de gás e produção de lubrificantes (Foto: Cortesia PAC)

RIO – A decisão da Petrobras sobre seguir ou não com a sua fatia de 36,1% na Braskem vai influenciar a decisão a respeito de um eventual projeto petroquímico no Polo Gaslub (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), indicaram os diretores da estatal.

A sócia da Petrobras na petroquímica, a Novonor recebeu mais uma proposta da Adnoc, estatal dos Emirados Árabes, que está disposta a pagar R$ 10,5 bilhões pela participação de 38,3% da Novonor, que poderá ficar com 3%.

diversas condições na oferta não-vinculante e a Petrobras tem direito de preferência caso decida também vender ou ampliar a participação na Braskem.

A área petroquímica é um dos segmentos nos quais a Petrobras pretende expandir sua atuação, após a mudança de governo.

Entende que a demanda por esses produtos tende a ser mais resiliente do que a de outros derivados de petróleo no contexto da transição energética. A companhia já indicou que não pretende estatizar a Braskem, mas que gostaria de ter um sócio estratégico no projeto.

“A [decisão sobre] Braskem é fundamental nesse balanço, então tudo vai depender da decisão sobre ela”, disse o diretor executivo de processos industriais e produtos, William França, em teleconferências nesta sexta-feira (10/11).

O desfecho das negociações é esperado para o início de 2024.

Itaboraí terá matéria-prima para petroquímica

A maior presença, no gás do pré-sal, de componentes como etano e propano, usados na indústria petroquímica, favorecem a expansão da Petrobras nesse segmento, explicou França.

Por isso, futuramente, com o processamento de gás do pré-sal em Itaboraí, a região passará a contar com novos volumes de insumos que poderão ser utilizados em projetos petroquímicos.

No momento, no entanto, o foco da estatal no antigo Comperj é a conclusão do gasoduto Rota 3 e da unidade de processamento de gás natural (UPGN).

Além da instalação de uma unidade de hidrocraqueamento catalítico (HCC), para a produção de lubrificantes e derivados a partir de cargas na operação conjunta com a Reduc, em Duque de Caxias (RJ).

Outra possibilidade levantada para a região é, futuramente, desenvolver uma planta de biorefino, para produção de biocombustível avançados como o diesel verde (HVO) e o bioquerosene de aviação (bioQAV ou SAF, na sigla em inglês).

O diretor financeiro e de relacionamento com investidores, Sérgio Caetano Leite, frisou que as negociações ocorrem entre Novonor e Adnoc e o crescimento dessa área pode ocorrer, independente da participação da Petrobras na Braskem.

“A Braskem é um atalho, tem muita complementaridade, mas não é a única saída da Petrobras em relação à petroquímica”, disse.

Alternativas no setor petroquímico são as próprias refinarias da estatal ou o projeto do GasLub. Hoje, no entanto, a estatal está sujeita a um acordo de não competição com a Braskem.