O corte na exportação de diesel anunciado pela Rússia afeta o Brasil, mas deve durar apenas algumas semanas, afirmam analistas da S&P Global.
Segundo os especialistas, o país não tem grande capacidade de armazenamento de combustível e terá dificuldade de impor restrições à venda por um longo prazo, com as altas margens oferecidas atualmente no mercado global.
Para a S&P, o crack spread (a margem do refino) do diesel global pode subir cerca de US$ 10 por barril, para US$ 42 o barril, na esteira da restrição de oferta.
Corte da exportação de diesel da Rússia afeta Brasil, mas deve durar pouco, diz S&P Global
A Rússia é a principal fornecedora de diesel para o Brasil. Até a suspensão, respondia por 78% do volume importado pelo mercado nacional desde março, segundo a consultoria. O corte deve abrir espaço para o combustível vindo dos Estados Unidos, avaliam.
Brasil e Turquia também são atualmente os maiores compradores individuais de diesel russo, absorvendo 55% das exportações de diesel da Rússia em agosto.
Observando que a proibição russa ocorre em um momento em que as exportações de diesel normalmente caem devido à maior demanda doméstica durante a colheita de outono, analistas da S&P Global disseram que a proibição destaca o histórico da Rússia de apertar mercados para benefício local por meio de preços e receitas mais altos.
“[Acreditamos] que a proibição será de curta duração, talvez uma semana ou duas. É uma proibição total com exceções insignificantes, portanto, acreditamos que será difícil de ser aplicada por muito tempo. A Rússia tem capacidade de armazenamento limitada para acumular suprimentos e não vai querer perder as fortes margens globais”, disseram analistas de petróleo da S&P Global em nota.