A Corio Generation, desenvolvedora australiana de parques eólicos offshore, e o Estaleiros do Brasil (EBR), com sede em São José do Norte, no Rio Grande do Sul, anunciaram, nesta terça (13/8), a assinatura de um memorando de entendimento para avaliar a infraestrutura local para o desenvolvimento de projetos de energia eólica offshore no estado.
O anúncio vem meses depois da empresa australiana revelar a demissão de equipes no Brasil, que estavam à frente do desenvolvimento dos projetos offshore no país, devido aos atrasos na legislação que está emperrada no Senado.
O acordo com o EBR, focado na análise das instalações portuárias de São José do Norte, próximo ao Porto de Rio Grande, pretende preparar a região para abrigar dois grandes projetos de parques eólicos da Corio: o Cassino Offshore Wind, com capacidade superior a 1.200 MW, e o Rio Grande Offshore Wind, com mais de 1.170 MW.
As empresas também estudarão a possibilidade de transformar uma área do porto em base de operações para esses empreendimentos. O estaleiro contempla uma área de aproximadamente 1,7 milhão de m².
Offshore no Rio Grande do Sul
No Brasil, a Corio Generation planeja desenvolver cinco parques eólicos offshore, com uma capacidade total de até 6 GW. Desses, quatro projetos, somando aproximadamente 4,8 GW, estão localizados nas regiões sul e sudeste do país.
“Essa jornada exigirá o desenvolvimento de infraestrutura portuária adequada para a construção e manutenção dos parques eólicos offshore do Brasil”, afirmou Ricardo de Luca, CEO da Corio no Brasil.
“Por isso estamos ansiosos para trabalhar com EBR e explorar como o Porto do Rio Grande poderia atuar como um centro para o futuro desenvolvimento de parques eólicos, apoiar o crescimento do setor eólico offshore no sul do Brasil”, completou.
Somente o Rio Grande do Sul possui 27 projetos de eólicas offshore em licenciamento junto ao Ibama, somando mais de 70GW, boa parte deles nas proximidades do porto.
O EBR possui experiência na construção de plataformas flutuantes para o setor de óleo e gás, e vê uma grande sinergia entre os dois setores.
Segundo Wataru Nosaka, presidente da companhia, “atividades envolvendo operação, manutenção e aspectos logísticos, incluindo necessidades de infraestrutura portuária, são áreas de interseção entre as indústrias de óleo e gás e eólica offshore. Temos certeza de que o EBR tem muito a contribuir com a Corio neste projeto”.