RIO — A Corio Generation, braço do fundo de investimento verde Green Investment Group (GIG), da australiana Macquarie, anunciou nesta segunda-feira (13/6) um plano para construir, em parceria com a brasileira Servtec Energia, cinco parques eólicos offshore no Brasil. Os projetos totalizam 5 GW de capacidade instalada.
“Nós vemos muitas oportunidades para eólicas offshore no Brasil”, disse a vice-presidente da Corio, Sharn Ward, em entrevista à agência epbr. A companhia, criada em abril deste ano, já desenvolve 20 GW em projetos de eólicas offshore pelo mundo.
Segundo a executiva, o Brasil foi um dos escolhidos pela companhia para receber os parques offshore por reunir condições climáticas e geográficas muito favoráveis ao desenvolvimento desse tipo de projeto.
Além disso, Ward destacou o potencial para o crescimento de “altas proporções” desse segmento no país, nos próximos anos. O Brasil já soma quase 133 GW em projetos offshore em licenciamento junto ao Ibama,
A carteira da Corio e Servtec no país inclui os projetos:
- Costa Nordeste (CE), com capacidade mínima de 1,2 GW;
- Vitória (ES), com 500 MW;
- Guarita, Cassino e Rio Grande (RS), com cerca de 1,2 GW cada um dos três parques.
“Estamos mais uma vez animados para embarcar em uma jornada para criar uma fonte complementar de energia limpa no Brasil, rumo a uma economia de baixo carbono no futuro”, disse o sócio-diretor da Servtec Energia, Lauro Fiuza Neto, em nota à imprensa. A Servtec soma 22 GW de eólicas em terra.
Corio aguarda regulação
Para que os projetos anunciados saiam do papel, no entanto, a Corio espera um ambiente regulatório seguro. Atualmente, o Brasil discute a regulamentação do decreto federal que estabelece regras de cessão de áreas marítimas para a implantação de parques eólicos.
Paralelamente, no Senado, tramita o projeto de autoria de Jean Paul Prates (PT-RN), o PL 576/2021, sobre o assunto.
Caso seja aprovado um marco regulatório ainda este ano, a vice-presidente da Corio acredita que os projetos poderão começar a operar entre 2030 e 2031.
“Vemos que o decreto federal fornece uma boa estrutura (…) Esperamos um framework estável. Isso será essencial para o sucesso dos projetos. Uma regulamentação clara, uma política clara, isso é muito importante”, destaca Ward.
Para aprofundar:
- Eólicas offshore: o que as empresas defendem para o marco regulatório
- Eólicas offshore precisam de um marco regulatório; “sem isso, os investidores não vão vir”
- Hydro Rein e Macquaire formam parceria em eólica e solar no Brasil
Na avaliação dela, as políticas públicas devem considerar toda a infraestrutura e cadeia de suprimentos necessários para o desenvolvimento do setor.
Além da geração de eletricidade por meio da geração offshore, a Corio também está olhando para os hubs de produção e exportação de hidrogênio e amônia verdes.
“Estamos muito interessados em acompanhar as ambições que o Brasil tem em relação à produção de amônia verde e hidrogênio verde”, afirma a executiva.
A companhia já soma 20 GW em projetos de eólicas offshore em desenvolvimento pelo mundo, em países como Coréia do Sul, Taiwan, Japão, Irlanda e Reino Unido.
Ward lembra que, recentemente, a Corio criou um joint venture com a Ontario Teachers’ Pension Plan Board, que administra o fundo de pensão de professores canadenses, para financiar parte dos projetos, que inicialmente somam 9 GW.
Na Austrália, a empresa possui dois grandes projetos, que se aprovados, podem somar 4 GW em capacidade instalada.