BRASÍLIA — Bélgica, Colômbia, Alemanha, Irlanda, Japão, Holanda, Noruega, Reino Unido e Estados Unidos se juntaram na terça (8/11) à Global Offshore Wind Alliance (GOWA), com o compromisso de acelerar investimentos na geração de energia eólica offshore — uma estratégia para enfrentar as crises climáticas e de segurança energética.
A aliança, iniciada pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), Dinamarca e Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, em inglês), é uma mobilização de governos e setor privado para remover barreiras em mercados novos e existentes, ajudando no desenho de políticas regulatórias.
A Irena calcula que a capacidade eólica offshore precisa superar 2.000 GW em 2050 para alinhar o sistema energético global às metas de descarbonização capazes de limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5°C até o fim do século.
Hoje, essa capacidade é de pouco mais de 60 GW.
“A energia eólica offshore representa uma oportunidade única para os países adicionarem grandes volumes de nova geração de energia com zero carbono, aumentar sua ambição climática e suas NDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas)”, comenta Francesco la Camera, diretor geral da Irena.
Para colaborar com a meta de 2.000 GW, a GOWA pretende viabilizar pelo menos 380 GW de capacidade instalada até o final de 2030.
“A energia eólica offshore é mais do que competitiva com a geração de combustível fóssil e também pode fornecer um grande impulso ao investimento e à criação de empregos”, completa Camera.
US$ 1 bilhão para transição em emergentes
Já nesta quarta (9/11), Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB), Masdar e Swiss Re firmaram acordos de cooperação para integrar a Energy Transition Accelerator Financing Platform (ETAF), plataforma global de financiamento climático da Irena destinada a mobilizar capital para a transição em mercados emergentes.
A AIIB pretende implantar US$ 300 milhões como parte do relacionamento. A Masdar pretende contribuir com um investimento potencial de até US$ 200 milhões no programa. A Swiss Re vai oferecer seguros para reduzir o risco de investimentos.
Juntando-se ao sócio-fundador e investidor pioneiro Abu Dhabi Fund for Development (ADFD), que já ancorou um investimento de US$ 400 milhões, a ETAF fecha a garantia de um mínimo de US$ 1 bilhão em financiamento total para iniciar as Chamadas para Projetos a partir de hoje.
Segundo a Irena, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) também tem interesse em aderir à ETAF, com co-financiamento de até US$ 100 milhões para projetos na América Latina e Caribe.