“De 7 a 8% da produção mundial de CO₂ nasce do setor siderúrgico, que fica sempre como o vilão da festa. A gente precisa transformar o alto-forno no mocinho da festa. A ideia é começar esse trabalho”, alerta Albano Vieira.
Consultor da Prumo para siderurgia e mineração, Vieira explica que a descarbonização do aço passa pela oferta de um conjunto de fatores que vai muito além dos insumos.
Para isso, é necessário: área, água, energia elétrica e gás natural. “E isso tudo tem no Açu”, destaca o consultor, “são 90km² de área plana, água, energia – solar e eólica offshore –, dois terminais portuários, vai ter hidrogênio verde e gás natural”, completa durante sua participação no Prumo Day.
“O gás natural é um caminho para a transformação, definitivamente”, reforça o CEO da Ternium, Marcelo Chara. A companhia tem o compromisso de reduzir em 20% as emissões em todas as suas operações industriais até 2030 e vê no combustível uma saída, desde que em bases competitivas.
Para a transição, é claro, serão necessários investimentos em inovação e novas tecnologias – a exemplo do suprimento de hidrogênio de baixo carbono –, mas atingir os objetivos climáticos passa por resolver problemas do passado.
“Um número simples do que significa o gás: em nossa usina em Santa Cruz [no Rio de Janeiro], exportamos 80% da produção, principalmente para a América do Norte – somos competitivos com nosso processo industrial aqui no Brasil – e consumimos 200 mil m³ por dia de gás natural”, relata Marcelo Chara.
“Com os mesmo equipamentos, se tivermos gás natural competitivo, se conseguimos trazer o gás do pré-sal, poderíamos aumentar a produção em poucos meses, consumindo 1,2 milhão de m³ por dia de gás natural, com os mesmo alto-fornos, trocando carvão por gás natural como complemento do combustível”, completa.
O CEO do Porto do Açu, José Firmo, afirma que um dos maiores objetivos de transformação da empresa é justamente a descarbonização da cadeia do aço.
“A transição energética deixou de ser retórica e passou a ser uma oportunidade real de negócio”, avalia. A ideia do empreendimento é produzir energia no porto, para ser consumida pelas indústrias ali instaladas.
“Como uma planta de HBI da Ternium, sendo alimentada por cabotagem, ferrovia ou outros meios, para as indústrias de produção de aço brasileiro, para reduzir o carbono na produção e exportar o aço”, exemplificou Albano Vieira.
O HBI – hot briquetted iron – é um insumo alternativo para fabricação do ferro gusa, a partir de pelota de minério de ferro; uma alternativa de suprimento para indústria siderúrgica de maior valor agregado, com o benefício da redução de emissões de carbono.
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