A frente da Equinor no Brasil – companhia que está ganhando mais espaço no upstream e no mercado de gás brasileiro –, Verônica Coelho defende que é preciso garantir a estabilidade no ambiente regulatório para que o potencial do país na área de transição energética se concretize.
“É sempre bom lembrar, especialmente em épocas eleitorais, que a gente precisa garantir a estabilidade de regras, segurança jurídica e competitividade para todos os investidores”, afirmou a executiva durante o Prumo Day.
Coelho é vice-presidente sênior e country manager na Equinor no Brasil.
“Uma tônica comum foi falar do potencial do Brasil. Entre o potencial e a realidade existe um caminho grande, eu acho que é importante a gente se lembrar sempre disso”.
“Para os investidores, é super importante garantir que o país ofereça condições de estabilidade do ambiente regulatório, previsibilidade no longo prazo, para que a gente possa diminuir o risco país o máximo possível”, completou.
Recentemente, a companhia retomou a produção no campo de Peregrino, no pós-sal da Bacia de Campos, com 70 mil a 80 mil barris por dia, e começou a receber gás natural pelo Rota 2, estratégia para substituir o diesel na geração de energia.
“A terceira plataforma está em fase final de comissionamento, em breve poderemos anunciar novidades”.
Destacou ainda a parceria com a Petrobras em Roncador, onde foram aprovados mais de 20 poços junto com a estatal. E no campo de Bacalhau, primeiro ativo operado pela Equinor no pré-sal de Santos, com início da produção prevista para o final de 2024.
Transição e mercado offshore
Além da descarbonização da produção de óleo e o desenvolvimento do mercado a partir da oferta nacional de gás natural, a Equinor é uma companhia interessada na geração de energia em parques eólicos marítimos no Brasil – nova fonte de energia offshore que pode ser uma aliada da transição.
Ieda Gomes, conselheira da Prumo Logística, também ressaltou a importância do gás natural na transição energética em todo o mundo.
Nesta linha ela pontuou três aspectos a serem observados em termos de investimentos futuros: incentivar a disponibilização de mais gás nacional (o que criaria condições para negociar melhores preços) e investir nas eólicas offshore: “vento é contracíclico com a energia hidráulica [no Brasil]”, reforçou.
Isto é, no Brasil venta mais justamente nos períodos mais secos do ano quando o saldo entre chuvas e geração hidrelétrica nas grandes usinas tende a ser negativo.
Combinando essa oferta de energias offshore com complexos industriais portuários, o Brasil é capaz de acelerar seu posicionamento no mercado futuro de hidrogênio, defendeu Ieda Gomes. “E o Porto do Açu está muito bem posicionado neste sentido”.
“Nosso papel é fazer com que ela seja uma indústria que tenha uma pegada de carbono mais favorável. É nisso que a gente tem trabalhado, em entender a responsabilidade do midstream nesse segmento”, Victor Bomfim, CEO da Vast Infraestrutura, destacou o papel da indústria de óleo e gás em uma transição energética responsável.
Como exemplo, ele lembrou que o transporte de combustível no Brasil é feito em grande parte por caminhões, “e se você fizer alguns investimentos na parte dutoviária você consegue ter uma pegada de carbono 30% menor”, afirmou.
Atualmente, o complexo portuário do Açu já é um importante polo de geração de energia a gás natural.
“Estamos em construção avançada da segunda térmica, que quando estiver em operação vai ser a maior e mais eficiente do país. São 3 GW que o qualifica como o maior complexo termoelétrico da América Latina”, destacou Bernardo Perseke, CEO da GNA.
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