Energia

Consumo de energia elétrica cresce 6% com onda de calor no Brasil

Maiores altas em setembro foram registradas no Maranhão (21,8%), Rio de Janeiro (18,6%) e Acre (18,3%), segundo a CCEE

O consumo de energia elétrica cresceu 6,2% em setembro, impulsionado pela onda de calor que atravessa o Brasil. Foi o mês mais quente da história. Ao todo, o país registrou uma demanda de 68.306 megawatts médios (MWm), em comparação aos 64.319 MWm do mesmo mês de 2022.

Os dados preliminares são do Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, organização que acompanha em tempo real a demanda e oferta de energia no Brasil inteiro.

O crescimento foi puxado pelo mercado regulado, onde estão os consumidores residenciais e as pequenas e médias empresas. Esse ambiente respondeu por 43.091 MWm em setembro — um aumento de 8,2% em comparação ao ano anterior.

De acordo com a CCEE, a alta foi motivada pelo maior uso do ar-condicionado.

MA, RJ e AC puxam aumento

De acordo com a CCEE, a onda de calor registrada em setembro aumentou o consumo de energia elétrica em quase todos os estados brasileiros, com exceção do Rio Grande do Norte, onde a demanda foi 2,1% menor na comparação com o mesmo período do ano passado, impactada por um volume maior de chuvas na região, e no Amapá, onde a câmara ainda apura os dados de setembro.

No restante do país os aumentos foram expressivos e as maiores taxas foram registradas no Maranhão (21,8%), Rio de Janeiro (18,6%) e Acre (18,3%).

Consumo do mercado livre cresce menos

O mercado livre registrou crescimento menor, de 3% no mês, com demanda de 25.216 MW médios

“Nesse ambiente, a demanda está mais atrelada ao desempenho econômico dos ramos de atividades monitorados pela CCEE, mas o uso mais intenso de equipamentos de refrigeração também teve impacto, especialmente nos segmentos ligados ao comércio e serviços”, explicou a CCEE.

Dos 15 ramos de atividade econômica monitorados pela CCEE, o maior aumento no consumo foi registrado nas áreas de Comércio (15,1%) e Serviços (11,6%). “O avanço é reflexo tanto de um ímpeto inflacionário menor e da alta movimentação em prédios comerciais, quanto a influência da onda de calor, que exigiu maior necessidade do ar-condicionado em supermercados e centros de comércio/serviços”, explicou a câmara.

Na outra ponta, houve queda de demanda por energia elétrica na fabricação de veículos (-6,3%) e na indústria têxtil (-3,5%)

Segundo a CCEE, o consumo das montadoras foi impactado “por uma produção menor e um cenário de baixo crescimento até o final de 2023, projetada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)” e a indústria têxtil “sofre com a alta nos preços e com escassez de matéria-prima no mercado internacional”.