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Diálogos da Transição
eixos.com.br | 18/02/22
Editada por Nayara Machado
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A classe residencial foi destaque no avanço da geração distribuída solar em 2021, com 52% do volume adicionado, enquanto a classe comercial foi responsável por 27%, mostra um levantamento da Greener sobre o desempenho da GD no ano passado.
“A permanência do modelo de trabalho remoto, a energia elétrica mais cara e o maior acesso ao financiamento podem ser fatores decisivos na escolha da GD pelos consumidores residenciais nos próximos meses”, diz a consultoria.
Já a queda das atividades comerciais no período de pandemia pode ter puxado para baixo novas instalações nesse segmento. O preço também se mostrou fator decisivo.
A restrição da cadeia produtiva mundial, somada à disparada dos preços do frete e à valorização do dólar, impactaram diretamente os custos dos módulos fotovoltaicos em 2021.
Preços de sistemas fotovoltaicos tiveram elevação média de 8%.
A má notícia é que o impacto das restrições da cadeia produtiva mundial de módulos FV sobre os custos pode se estender ao longo da primeira metade de 2022.
“O equilíbrio entre demanda e oferta de materiais e equipamentos a nível mundial, somado à variação do dólar, serão fatores chave para o comportamento de preços”.
Mudanças de ordem fiscal também trazem incertezas quanto aos custos tributários de módulos e inversores a partir do segundo trimestre, sendo importante ponto de atenção para a cadeia, alerta a consultoria.
A boa é que a expressiva entrada de novos players e a alta competitividade do mercado, segundo a Greener, podem ajudar a atenuar o aumento dos preços ao consumidor final.
“Apesar da elevação dos preços, os sistemas FV continuam atrativos ao consumidor, sendo a alta tarifa de eletricidade drive impulsionador dos projetos FV em todo o país”, diz o relatório.
O setor está otimista. A pesquisa aponta ainda um otimismo do setor em relação aos próximos meses, por conta da aprovação do marco da mini e micro geração distribuída e a perspectiva de elevação média de 21,21% das tarifas de energia para 2022.
“O Marco Legal da MMGD traz importantes aprimoramentos para o setor, levando maior estabilidade e previsibilidade ao mercado”.
A expectativa é que a mudança dos critérios de compensação para os empreendimentos que solicitarem conexão à rede a partir de 2023 acelere o volume de novos contratos em 2022, em especial os modelos de geração remota.
Sancionada em janeiro, a Lei 14.300/2022 preserva regras atuais até 2045 para os sistemas instalados e para novos clientes que fizerem o pedido de conexão com a rede nos próximos 12 meses.
No geral, o país atingiu 807,2 mil instalações fotovoltaicas, segundo a Aneel — um crescimento de 100% em relação a dezembro de 2020. Quase 77% do consumo é residencial.
Para atender esse aumento, o mercado brasileiro demandou mais de 9,7 GW em módulos fotovoltaicos em 2021, tanto para GD quanto para geração centralizada. O crescimento foi de 104% em relação a 2020, aponta a Greener.
O financiamento para a fonte solar tem sido uma importante alavanca para a demanda, apoiando 57% das vendas no ano passado, completa.
GD solar na Vivo
A GD solar também está no radar de empresas de telefonia. A Vivo inaugurou hoje (18/2) no Distrito Federal a Brasília 200, em parceria com a Athon Energia. De fonte solar fotovoltaica, a usina está instalada na área rural do Paranoá.
É a segunda no DF. Em novembro de 2020, a companhia inaugurou a “Brasília 100”, também no núcleo rural de Paranoá.
Brasília 200 irá gerar cerca de 11.766 MWh/ano e tem potência instalada de 6,93 MWp. Já Brasília 100 tem capacidade instalada de 4,824 MW.
Juntas, as usinas fotovoltaicas passam a atender todas as 535 unidades consumidoras da Vivo em baixa tensão no DF, entre lojas, escritórios, antenas e equipamentos de transmissão.
É a 23ª usina de geração distribuída da empresa de telefonia a entrar em operação no país. O programa de GD da Vivo prevê 85, ao todo, produzindo energia a partir de fontes solar, hídrica ou biogás.
O plano é concluir as instalações até o final de 2022. Os investimentos incluem fontes solar (61% da energia total prevista no projeto da empresa), hídrica (30%) e biogás (9%).
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