Energia solar

Consórcio entre Kroma e Elétron Energy fornecerá energia solar para Compesa

Empresas firmaram contrato de licitação para fornecer energia limpa à Compesa

Consórcio entre Kroma e Elétron Energy fornecerá energia solar para Compesa. Na imagem, painel solar (Foto: Sebastian Ganso/Pixabay)
Energia será gerada a partir de dois parques localizados nas cidades de Flores e Tacaimbó (Foto: Sebastian Ganso/Pixabay)

RECIFE — O consórcio Pernambuco Energia, formado pelas empresas Kroma Energia e Elétron Energy, firmou nesta segunda (18/7) um contrato de licitação para fornecer energia limpa à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) pelos próximos 29 anos. 

Inicialmente, a energia deve ser oferecida para a Compesa por meio do mercado livre, através de parques solares já instalados pelo consórcio no estado ou de empresas terceirizadas, garantindo fornecimento ainda este ano.

Em seguida, a energia passa a ser distribuída através dos novos parques construídos em Pernambuco, entre eles o complexo solar São Pedro e Paulo no município de Flores, no Sertão de Pernambuco, onde as obras foram iniciadas em junho de 2022 e devem ser concluídas em março de 2023. 

Já a partir de 2026, a Compesa terá à disposição um parque de geração com capacidade de 135 MW ac, que será construído no município de Tacaimbó, no Agreste do estado. 

O investimento no projeto é de R$ 550 milhões.

“A energia vai ser gerada a partir de dois parques, localizado na cidade de Flores, que é uma expansão de um dos nossos parques, e o segundo parque estará localizado na cidade de Tacaimbó, onde as obras devem ser iniciadas após a conclusão do parque de Flores”, informou Rodrigo Mello, CEO da Kroma Energia à agência epbr. 

Mudanças regulatórias animam setor

De acordo com Mello, tanto o PL 414/2021 — que trata da modernização do setor elétrico –, quanto as discussões sobre a Lei 14.300/2022, que cria o Marco Legal da Geração Distribuída, tem estimulado as empresas a investirem em painéis solares.

“A legislação voltada para geração distribuída e centralizada está cada vez melhor, o que estimula as empresas a investirem em painéis solares. Nós entendemos que isso será um grande diferencial do Brasil porque as tarifas do mercado cativo são elevadas, todos estão procurando reduzir custos. Essa é uma grande alternativa, tanto para a iniciativa privada quanto para a iniciativa pública baixarem os seus custos”. 

O executivo diz esperar com ansiedade a abertura do mercado e a portabilidade do mercado de energia, através do PL 414.

“[O PL 414] vem para dar chance para as pessoas escolherem o fornecedor de energia, gerando competitividade, mercado, redução de custo. É uma situação que já existe em outros países, o Brasil não está fazendo nada diferente, mas estamos ansiosos quanto a isso”, conclui. 

Mercado livre impulsiona novos projetos

Levantamento da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) aponta que 83% dos 45 GW de energia elétrica centralizada em fase de construção no Brasil estão vinculados ao mercado livre de energia. Esses projetos estão previstos para entrar em operação até 2026.

Segundo a associação, o ambiente de contratação onde fornecedores e consumidores negociam livremente viabilizou mais de R$ 150 bilhões de investimentos para os próximos cinco anos.

A nível de comparação, um estudo realizado pela Abraceel em 2019 mostra que o ambiente de contratação livre respondeu, naquele ano, por 34% de toda a expansão do parque gerador prevista para ser entregue em cinco anos.

Já um novo recorte realizado em 2021, em meio à pandemia de covid-19 e paralisação dos leilões regulados, detectou que a parcela cresceu para 72%, chegando agora, em 2022, a 83%.

O estudo também mostra que o mercado livre viabilizou 68% da oferta de geração elétrica a biomassa e 61% da de pequenas centrais hidrelétricas (PCH, até 30 MW) e centrais geradoras hidrelétricas (CGH, até 5 MW) com previsão de operação até 2026.