Gás Natural

Compagas contrata Tradener para fornecimento de gás natural

Trata-se do primeiro grande contrato firmado pela distribuidora paranaense com um supridor alternativo à Petrobras

Compagas contrata Tradener para fornecimento de gás natural. Na imagem, citygate da Compagas, distribuidora de gás natural do Paraná. Na imagem, Citygate (ponto de entrega de gás) da Compagas, distribuidora de gás natural do Paraná (Foto: Compagas/Divulgação)
A busca por novos fornecedores acontece também em meio aos preparativos para a privatização da Compagas. A Copel, controladora da empresa, espera vender as suas ações na distribuidora em 2023 (Foto: Compagas/Divulgação)

RIO — A Compagas assinou um contrato com a comercializadora Tradener para aquisição de gás natural. O acordo prevê a entrega de até 300 mil m³/dia, até o fim de 2023, na modalidade interruptível — quando a demanda pode ser interrompida ou reativada, diante da disponibilidade da molécula.

Trata-se do primeiro grande contrato firmado pela Compagas com um supridor alternativo à Petrobras.

Além disso, a distribuidora paranaense está com uma chamada pública aberta, para compra de gás firme. A concessionária busca até 70 mil m³/dia para complementar os contratos vigentes e atender ao mercado cativo em 2023. Para 2024, o objetivo da companhia é contratar 500 mil m³/dia e, para 2025, 570 mil m3/dia.

A Compagas também está aberta a receber propostas para contratação de volumes na modalidade interruptível para 2023. As ofertas devem ser apresentadas à distribuidora até 17 de outubro.

A concessionária busca diversificar a sua base de supridores, diante da perda de competitividade dos preços da Petrobras em relação aos concorrentes em 2022.

A expectativa do presidente da Compagas, Rafael Lamastra Jr., é que o contrato com a Tradener contribua para aumentar a competitividade do gás no Paraná.

Tradener importa gás boliviano

O gás a ser fornecido pela comercializadora é oriundo da Bolívia. Em março, a Tradener fechou um acordo de dois anos com a estatal boliviana YPFB, para compra de até 2,2 milhões de m³/dia na modalidade interruptível.

Em junho, a companhia concluiu um projeto piloto para fornecimento do insumo à Compagas.

“A modalidade interruptível é nova para a companhia. No entanto, o teste realizado em junho, com a própria Tradener, indicou ser uma solução para a diversificação de portfólio e atração de novos supridores para o Estado, principalmente em função das restrições encontradas para o transporte do gás ainda existentes no Paraná”, comentou Lamastra.

O executivo se refere à indisponibilidade de capacidade de saída no Gasbol, hoje totalmente ocupada pela Petrobras pela alocação de antigos contratos de transporte — o que dificulta a Compagas celebrar, no curto prazo, novos contratos de fornecimento firme.

Já o presidente da Tradener, Walfrido Ávila, considerou o contrato um marco para a companhia, na abertura do mercado.

Nesta segunda-feira (10/10), as partes celebraram a entrega da primeira carga de gás prevista no contrato.

O atual momento do mercado indica que a Tradener não terá pela frente, contudo, um cenário fácil para conseguir viabilizar as importações de gás da Bolívia. De acordo com analistas, há pouco espaço para o envio de gás boliviano, em volumes substanciais, até o final do verão, mesmo com a redução gradual da demanda argentina nos próximos meses.

A expectativa é que, com o fim do inverno, comece a sobrar alguns volumes para o mercado brasileiro na modalidade interruptível. Nada, porém, próximo dos 2,2 milhões de m³/dia que a comercializadora contratou junto à YPFB.